A dura realidade e os desafios de quem é forçado a fugir e a deixar tudo para trás serão retratados numa exposição sonora que assinala os 75 anos da Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR). A exposição Hiraeth, aberta ao público, será apresentada nos dias 5 e 6 de novembro, no Time Out Market Lisboa.

Hiraeth é uma daquelas palavras sem tradução literal, mas que é entendida como uma saudade nostálgica e dolorosa por um lar deixado para trás e ao qual já não se pode regressar. Segundo comunicado da fundação parceira do ACNUR em Portugal, a exposição sonora é inspirada em testemunhos reais e “explora o choque entre o mundano da vida e a guerra, o desastre que atinge pessoas de diferentes origens, profissões e estatutos sociais, e a despersonalização das suas vidas, transformadas em meras estatísticas”.

A exposição foi criada pela ADVERSA, com o apoio da Portugal com ACNUR e direção dos artistas António Bernardes de Sá e Tiago Bastos Nunes. O evento integra a 20.ª edição da Semana da Responsabilidade Social (SRS 2025), organizada pela APEE – Associação Portuguesa de Ética Empresarial.
“É para nós uma honra poder contar com o envolvimento da Portugal com ACNUR na nossa iniciativa, especialmente num momento em que o contexto internacional contém ameaças à paz, um dos cinco pilares da sustentabilidade”, afirma Mário Parra da Silva, presidente da Direção da APEE, citado em comunicado.

Hiraeth estará aberta ao público entre as 10h00 e as 17h30. “Temos um espaço reservado para esta instalação artística no interior do Time Out Studio, para que as pessoas possam desfrutar da experiência sem perturbações. Contaremos também com a nossa equipa do projeto Face to Face no local, para orientar os visitantes ao longo da narrativa e dar a conhecer em detalhe o trabalho da Fundação em Portugal no apoio aos projetos internacionais de assistência humanitária levados a cabo pelo ACNUR”, explica Joana Feliciano, responsável de Comunicação e Relações Externas da Portugal com ACNUR.

Esta é a primeira de uma série de atividades que assinalam o 75.º aniversário da agência da ONU. A programação cultural será “dividida em vários momentos distintos que nos convidam a reconhecer, através da arte e destas experiências sensoriais, os obstáculos físicos e psicológicos enfrentados por uma pessoa nesta condição, dando-nos a possibilidade de nos colocarmos, por breves instantes, no seu lugar”, destaca Joana Feliciano.

Um dos principais momentos será uma nova instalação artística com uma experiência imersiva que representará a travessia das pessoas refugiadas de guerra. Os participantes poderão sentir alguns dos obstáculos que estas pessoas enfrentam.

Em 2024, apenas 30% do orçamento global necessário tinha sido arrecadado até metade do ano. A ONU estima que, neste momento, mais de 122 milhões de pessoas estão deslocadas de casa de forma forçada.

amanda.lima@dn.pt

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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