O inquérito policial que investiga a explosão em fábrica da Enaex, em Quatro Barras, deve ser prorrogado pela Polícia Civil por mais 30 dias. O acidente, que vitimou nove funcionários, completa um mês nesta sexta-feira (12).
As informações foram confirmadas pela delegada responsável pelo caso, Gessica Andrade.
O inquérito policial foi aberto no mesmo dia do incidente, já ouviu testemunhas, funcionários, representantes da empresa além de ter pedido informações a uma série de órgãos de fiscalização e analisar imagens das câmeras de monitoramento da própria Enaex para buscar indícios de falhas ou outras circunstâncias que possam ter levado à explosão.
Inquérito civil deve ser concluído neste semestre
Além do inquérito policial, as investigações também seguem por meio do inquérito civil que foi instaurado pela Promotoria de Justiça de Quatro Barras.
Em nota, o Ministério Público do Paraná informou que estão “sendo analisados os documentos encaminhados pela empresa e pelo Município, que estão colaborando com as investigações”. Em seguida, segundo o MP, devem ser realizadas oitivas das pessoas envolvidas.
Segundo o Ministério Público, a previsão é de que o inquérito civil será concluído ainda neste semestre. Tanto a investigação policial quanto a do Ministério Público apuram as causas da explosão.
Em entrevista à CBN Curitiba no começo de setembro, o promotor André Luiz de Araújo, a investigação civil trata de aspectos administrativos, para eventual responsabilização pelos danos causados à coletividade.
Causas ainda não foram definidas
Enquanto não há a conclusão dos inquéritos, não é possível confirmar o que teria causado a explosão na fábrica. Nenhuma hipótese é descartada, segundo a Polícia Civil.
Imagens de câmeras de segurança obtidas e analisadas pela polícia mostram que a explosão aconteceu na troca de turno, num momento em que os funcionários não faziam o manuseio de material explosivo.
A intensidade da explosão gerou uma cratera de aproximadamente 10 metros de largura e quatro de profundidade. No local do acidente, funcionários trabalhavam no processo envase de explosivos.
Operações são parcialmente retomadas na Enaex
Um mês após a tragédia, a empresa trabalha para retomar as operações. Em nota, a Enaex informou que os trabalhos estão sendo retomados gradualmente em Quatro Barras, iniciando pela produção de insumos não explosivos. Segundo a Empresa, a produção do explosivo X-Booster não será retomada no curto prazo.
Segundo a Enaex, “O complexo conta com 25 unidades produtivas, todas submetidas a rigorosas inspeções e autorizações técnicas antes da retomada das atividades. As equipes de colaboradores também passaram por um processo de preparação que permitirá restabelecer, de forma progressiva, 100% da capacidade produtiva nas próximas semanas.
A companhia dispõe de todas as autorizações necessárias e implementou um plano de retorno seguro e progressivo.
Paralelamente, segue colaborando ativamente com as autoridades na investigação do acidente ocorrido em 12 de agosto, na planta de X-Booster. Destacamos que a produção do explosivo X-Booster não será retomada no curto prazo.
Reafirmamos que a segurança e a vida das pessoas são a nossa prioridade”.