A Indonésia ainda contabiliza os danos deixados pelas fortes chuvas e consequentes deslizamentos de terra que se abateram sobre o país na última semana. Uma estimativa inicial do governo calcula em US$ 3 bilhões (R$ 16 bilhões) o dinheiro necessário para reconstruir áreas devastadas.
Segundo a Agência Nacional de Gestão de Desastres (BNPB), até a noite de domingo (7/12) se contavam 961 mortos, 234 desaparecidos e 5 mil feridos nas províncias de Aceh, Sumatra do Norte e Sumatra Ocidental. Além disso, mais de 975 mil pessoas precisaram ser deslocadas, e mais de 156 mil casas sofreram danos.
Apesar das águas estarem recuando, ainda existem regiões centrais isoladas no país. Além disso, o pós-enchente sempre envolve o aumento de doenças, seja por disseminação de água contaminada, seja por falta de assistência médica. Em Aceh, o Ministério da Saúde contabiliza o agravamento de males como diarreia, febre e mialgia, destaca a Reuters.
A região é a mais afetada e deve levar metade dos recursos, cerca de US$ 1,5 bilhão (R$ 8 bilhões), conta a Reuters. Ainda assim, o chefe da agência de mitigação de desastres da Indonésia, Suharyanto, disse que os fundos de recuperação ainda podem aumentar. E segundo o ministro das Finanças indonésio, Purbaya Yudhi Sadewa, o desastre impactará o PIB do país no 4º trimestre, com perdas na agricultura e na infraestrutura.
O crescente número de vítimas e de prejuízos econômicos levou as autoridades a investigarem empresas do setor madeireiro e mineral para apurar o papel que possam ter desempenhado no agravamento da tragédia, informa a Bloomberg. Por ora, 12 empresas estão sendo investigadas por má gestão florestal. Além disso, 20 outras empresas devem ter suas licenças de concessão florestal revogadas.
Um funcionário do governo afirmou na 2ª feira (8/12) que dezenas de empresas de cultivo de óleo de palma e mineração foram condenadas a pagar multa de US$ 2,31 bilhões (quase R$ 13 bilhões) em 2025. As empresas chegaram a operar ilegalmente em áreas florestais, mostra a Reuters.
Segundo a Al Jazeera, grupos ambientalistas e especialistas em desastres vêm alertando há anos que o rápido desmatamento, o desenvolvimento irregular e a degradação das bacias hidrográficas têm prejudicado a resiliência climática da Indonésia.
