98
Um homem morreu nos Estados Unidos após ser infectado por uma ameba que destrói o tecido cerebral. O caso aconteceu no Lago dos Ozarks, um destino turístico muito popular.
O Departamento de Saúde e Serviços para Idosos do Missouri confirmou o diagnóstico de meningoencefalite amebiana primária. Acredita-se que a contaminação aconteceu enquanto o homem praticava esqui aquático no lago.
O responsável pela infecção é um organismo microscópico chamado Naegleria fowleri. Essa ameba vive em ambientes de água doce e quente, como lagos, rios e nascentes termais. Ela também pode estar presente em solos úmidos e em piscinas com tratamento inadequado de cloro.
A infecção por Naegleria fowleri é extremamente rara, mas também é muito agressiva. A ameba entra no corpo de uma forma muito específica: através do nariz. Isso acontece quando a água contaminada sobe pelas narinas, geralmente durante atividades como mergulhar, pular ou praticar esportes aquáticos.
Uma vez dentro do nariz, a ameba migra pelo nervo olfatório em direção ao cérebro. Lá, ela começa a destruir o tecido cerebral, causando uma inflamação devastadora conhecida como PAM. É crucial entender que a infecção não acontece se uma pessoa beber água contaminada. A porta de entrada é exclusivamente nasal.
Os sintomas iniciais da doença são enganosamente comuns. Eles começam com forte dor de cabeça, febre, náusea e vômito. Com a rápida progressão da infecção, surgem sintomas mais graves. A pessoa pode apresentar rigidez na nuca, confusão mental, desorientação, convulsões e alucinações.
O período de incubação varia de um a doze dias após a exposição. A doença avança com grande velocidade, levando ao coma e, na maioria esmagadora dos casos, ao óbito em cerca de uma semana.
Apesar de a ameba ser comum em corpos de água doce por todo o país, as infecções são um evento raríssimo. Nos Estados Unidos, são registrados em média apenas três casos por ano. Desde a década de 1960, houve pouco mais de 150 infecções confirmadas.
A taxa de sobrevivência é inferior a 3%, o que torna a doença quase sempre fatal. Apenas quatro pessoas nos EUA sobreviveram à infecção nas últimas seis décadas.
Não há motivo para pânico, mas sim para precaução. A melhor estratégia é a prevenção. A recomendação principal é evitar que a água entre pelo nariz durante atividades em água doce.
Especialistas sugerem o uso de clipes de natação (tapadores de nariz) ao mergulhar ou praticar esportes. Outra dica é manter a cabeça fora da água ao nadar em lagos ou rios. Deve-se também evitar revolver o sedimento no fundo de lagos, pois a ameba pode se concentrar nessa área.
A doença não é contagiosa. Não há risco de transmissão de uma pessoa para outra. As atividades aquáticas recreativas continuam sendo seguras, desde que se adotem esses cuidados simples para proteger as vias nasais.