Um homem morreu nos Estados Unidos após ser infectado por uma ameba que destrói o tecido cerebral. O caso aconteceu no Lago dos Ozarks, um destino turístico muito popular.

O Departamento de Saúde e Serviços para Idosos do Missouri confirmou o diagnóstico de meningoencefalite amebiana primária. Acredita-se que a contaminação aconteceu enquanto o homem praticava esqui aquático no lago.

O responsável pela infecção é um organismo microscópico chamado Naegleria fowleri. Essa ameba vive em ambientes de água doce e quente, como lagos, rios e nascentes termais. Ela também pode estar presente em solos úmidos e em piscinas com tratamento inadequado de cloro.

A infecção por Naegleria fowleri é extremamente rara, mas também é muito agressiva. A ameba entra no corpo de uma forma muito específica: através do nariz. Isso acontece quando a água contaminada sobe pelas narinas, geralmente durante atividades como mergulhar, pular ou praticar esportes aquáticos.

Uma vez dentro do nariz, a ameba migra pelo nervo olfatório em direção ao cérebro. Lá, ela começa a destruir o tecido cerebral, causando uma inflamação devastadora conhecida como PAM. É crucial entender que a infecção não acontece se uma pessoa beber água contaminada. A porta de entrada é exclusivamente nasal.

Os sintomas iniciais da doença são enganosamente comuns. Eles começam com forte dor de cabeça, febre, náusea e vômito. Com a rápida progressão da infecção, surgem sintomas mais graves. A pessoa pode apresentar rigidez na nuca, confusão mental, desorientação, convulsões e alucinações.

O período de incubação varia de um a doze dias após a exposição. A doença avança com grande velocidade, levando ao coma e, na maioria esmagadora dos casos, ao óbito em cerca de uma semana.

Apesar de a ameba ser comum em corpos de água doce por todo o país, as infecções são um evento raríssimo. Nos Estados Unidos, são registrados em média apenas três casos por ano. Desde a década de 1960, houve pouco mais de 150 infecções confirmadas.

A taxa de sobrevivência é inferior a 3%, o que torna a doença quase sempre fatal. Apenas quatro pessoas nos EUA sobreviveram à infecção nas últimas seis décadas.

Não há motivo para pânico, mas sim para precaução. A melhor estratégia é a prevenção. A recomendação principal é evitar que a água entre pelo nariz durante atividades em água doce.

Especialistas sugerem o uso de clipes de natação (tapadores de nariz) ao mergulhar ou praticar esportes. Outra dica é manter a cabeça fora da água ao nadar em lagos ou rios. Deve-se também evitar revolver o sedimento no fundo de lagos, pois a ameba pode se concentrar nessa área.

A doença não é contagiosa. Não há risco de transmissão de uma pessoa para outra. As atividades aquáticas recreativas continuam sendo seguras, desde que se adotem esses cuidados simples para proteger as vias nasais.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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