Lançado em 27 de maio de 2021, Aqueles que me Desejam a Morte chegou aos cinemas como um thriller de ação e suspense que rapidamente chamou atenção pelo realismo das cenas de incêndio florestal e pela atuação intensa de Angelina Jolie. Dirigido por Taylor Sheridan, cineasta conhecido por obras de forte carga dramática como Wind River, o filme mistura tensão psicológica, perseguições e um desastre natural devastador como pano de fundo.
Disponível atualmente na Amazon Prime Video e HBO Max, além de opções de aluguel na Apple TV, Google Play Filmes e TV e YouTube, o longa desperta uma dúvida recorrente entre os espectadores: afinal, Aqueles que me Desejam a Morte é baseado em uma história real?
A resposta curta é não. Mas o caminho até essa conclusão envolve nuances importantes — especialmente para quem busca entender o que há de ficção e o que se ancora na realidade.
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Aqueles que me Desejam a Morte é baseado em fatos reais?
Não, Aqueles que me Desejam a Morte não é inspirado em uma história real. O filme é uma adaptação cinematográfica do romance homônimo lançado em 2014, escrito pelo autor norte-americano Michael Koryta. A obra literária pertence ao gênero de mistério contemporâneo e já nasceu como ficção.
O roteiro do longa foi desenvolvido por Taylor Sheridan, Charles Leavitt e pelo próprio Michael Koryta, mas passou por mudanças significativas em relação ao livro original. Essas alterações ajudam a explicar por que o filme soa tão realista, mesmo sem se basear em eventos específicos.
Do livro para o cinema: o que mudou na adaptação
No romance de Michael Koryta, o jovem protagonista se chama Jace, e não Connor, como no filme. Após testemunhar um assassinato, o garoto entra em um programa de sobrevivência na natureza voltado para adolescentes problemáticos, usando uma identidade falsa. Esse programa é administrado por Ethan e sua esposa, Allison.
No longa-metragem, o arco narrativo é simplificado. O personagem passa a se chamar Connor (Finn Little) e foge com o pai após o assassinato de figuras ligadas a políticos corruptos. O destino é Montana, onde vive seu tio Ethan, interpretado por Jon Bernthal, agora um policial local.
Já Hannah, vivida por Angelina Jolie, existe tanto no livro quanto no filme, mas ganha muito mais protagonismo na adaptação cinematográfica. A personagem é uma smokejumper — bombeira especializada em incêndios florestais — que carrega o trauma de não ter conseguido salvar crianças em uma tragédia anterior. Essa escolha narrativa fortalece o drama emocional e amplia o impacto visual da história.
O retrato realista dos incêndios florestais
Embora a trama seja fictícia, a representação dos incêndios florestais é bastante fiel à realidade. O filme mostra como o fogo pode se espalhar com rapidez extrema, especialmente em terrenos inclinados, e como mudanças no vento podem transformar uma situação controlável em um desastre.
Esse realismo foi um dos pontos mais elogiados pela crítica especializada. Taylor Sheridan optou por retratar o fogo como uma força imprevisível e quase inevitável, algo que dialoga diretamente com a experiência real de bombeiros florestais nos Estados Unidos.
Quem são os smokejumpers retratados no filme
Outro elemento que contribui para a sensação de veracidade é a profissão de Hannah. Smokejumpers existem de fato e fazem parte do serviço florestal dos Estados Unidos. Eles são bombeiros altamente treinados, especializados em saltar de paraquedas em áreas remotas para combater incêndios em regiões de difícil acesso.
O filme acerta ao mostrar o risco extremo da função, o isolamento, a pressão psicológica e a tomada de decisões em segundos. Embora dramatizada, essa representação não distorce a essência da profissão.
No cinema, poucos filmes exploraram esse universo. Um exemplo anterior é Firestorm (1998), que também traz um smokejumper como protagonista. Ainda assim, Aqueles que me Desejam a Morte se destaca por tratar o fogo não apenas como cenário, mas como ameaça constante.
Assassinos profissionais e corrupção política: ficção com ecos reais
Outro ponto que leva o público a questionar a veracidade da história é a presença de assassinos profissionais, políticos corruptos e autoridades assassinadas para encobrir crimes.
Embora esse tipo de conspiração não seja baseado em um caso específico, é inegável que a corrupção política é um problema real, inclusive nos Estados Unidos. Ao longo das décadas, diversos políticos foram investigados, afastados ou presos por atividades ilegais.
O filme se apoia nessa percepção coletiva para construir sua tensão. Isso faz com que a narrativa pareça plausível, ainda que seja inteiramente ficcional.
Por que o filme parece tão real, mesmo sendo ficção
O grande mérito de Aqueles que me Desejam a Morte está em sua ancoragem emocional e técnica. Ao unir:
- Personagens traumatizados e complexos
- Cenários naturais hostis
- Profissões reais, como a dos smokejumpers
- Temas contemporâneos, como corrupção e violência
o longa cria uma experiência que soa autêntica. Não é uma história real, mas é uma história verossímil.
Conclusão: ficção com base sólida na realidade
Aqueles que me Desejam a Morte não se inspira em uma história real, mas se apoia fortemente em elementos do mundo real para construir sua narrativa. A adaptação do livro de Michael Koryta, aliada à direção segura de Taylor Sheridan e à atuação intensa de Angelina Jolie, resulta em um thriller que convence justamente por não exagerar na fantasia.
Para o espectador, fica a sensação de estar diante de algo que poderia acontecer — e é exatamente isso que torna o filme tão impactante.
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