Uma ação aparentemente inofensiva — dar a descarga da sanita sem fechar o tampo — pode representar um risco significativo para a saúde. Este comportamento, bastante comum, é responsável pela projeção de gotículas contaminadas no ar, que podem transportar bactérias, vírus e partículas fecais para diversas superfícies da casa de banho, incluindo toalhas, sabonetes e, com especial preocupação, escovas de dentes.

De acordo com o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), estas microgotículas podem viajar até cerca de 1,8 metros após a descarga, dispersando agentes patogénicos que permanecem viáveis no ambiente durante várias horas ou até dias, dependendo da natureza das bactérias ou vírus em questão. Um estudo publicado na Journal of Hospital Infection (2012) comprovou que as partículas expelidas podem conter microorganismos como Escherichia coli e Clostridium difficile, associados a infeções gastrointestinais e outras complicações de saúde.

A este fenómeno dá-se o nome de “pluma de sanita” (toilet plume), e ocorre cada vez que se ativa a descarga, principalmente em sanitas sem tampo ou com este levantado. A disseminação destes aerossóis contaminados atinge com frequência superfícies próximas — como os lavatórios, puxadores e especialmente escovas de dentes que muitas vezes se encontram desprotegidas e expostas.

Segundo a Associação Americana de Saúde Dentária (ADA), armazenar escovas de dentes a menos de um metro da sanita, sem qualquer tipo de proteção, é um risco evitável. “A contaminação cruzada pode ocorrer sempre que partículas em suspensão entram em contacto com utensílios de higiene pessoal”, alerta o organismo. A presença de fezes e urina em forma de aerossol pode, inclusive, levar à ingestão inadvertida de bactérias através da escovagem dentária.

Boas práticas para reduzir o risco de contaminação na casa de banho:

  • Fechar sempre o tampo da sanita antes de acionar a descarga.

  • Guardar a escova de dentes dentro de um armário ou recipiente com tampa ventilada.

  • Desinfetar regularmente superfícies como bancadas, puxadores, torneiras e dispensadores de sabão.

  • Lavar as mãos cuidadosamente após utilizar a sanita e antes de qualquer rotina de higiene oral.

  • Evitar o armazenamento de toalhas de rosto e banho demasiado próximo da sanita.

Especialistas reforçam que, embora estas práticas não eliminem totalmente os riscos, contribuem para reduzir drasticamente a exposição a agentes patogénicos, especialmente em casas de banho partilhadas ou públicas.

Adotar pequenos gestos de prevenção pode fazer uma grande diferença na higiene e segurança sanitária, promovendo um ambiente doméstico mais saudável.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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