O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, disse que algumas fatias do Banco Master ficarão de fora da negociação da compra pelo BRB para evitar a possibilidade de “contaminação”. Em Dubai, no evento empresarial Lide, o político ainda declarou não ver risco na operação.
Segundo Ibaneis, ele mesmo fez um pedido ao presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, por uma boa auditoria e “cuidado com créditos podres”, a exemplo de precatórios e títulos de dívidas de governo.
O BRB formalizou a intenção para a compra do Banco Master no final de março, e a operação está sob análise do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que têm prazo de até um ano. Paralelamente, o banco estatal contratou uma auditoria independente para avaliar o negócio.
A previsão inicial é que a operação gire em torno de R$ 2 bilhões. Segundo o banco, a operação de compra do Banco Master vai dar acesso ao BRB a negócios nos segmentos de mercados de capitais, câmbio, middle e corporate, e de cartão de crédito consignado. A base de clientes saltaria de 9 milhões para 15 milhões de pessoas.
O negócio é polêmico porque o Banco Master tem uma política agressiva de captação de recursos, oferecendo rendimentos de até 140% do Certificado de Depósito Bancário (CDI) a quem compra papéis da instituição financeira, bastante superiores às taxas médias para bancos pequenos, em torno de 110% a 120% do CDI.
O Master também enfrenta a desconfiança do mercado financeiro. Recentemente, a instituição financeira tentou realizar uma emissão de títulos em dólares, mas não conseguiu captar recursos.
Na semana passada, o Ministério Público Federal abriu uma investigação preliminar para apurar a compra. O procedimento foi instaurado para constatar se há indícios de irregularidades na operação.