
A cifra considera a degradação dos rios, a contaminação da água e os danos à fauna local – Foto: Divulgação/PF
A Polícia Federal (PF) atualizou, nesta sexta-feira (19), os números da operação contra o garimpo ilegal no Rio Madeira, entre os municípios de Manicoré e Humaitá, no sul do Amazonas.
Somente nesta semana, 23 dragas foram destruídas, elevando para 277 o total de equipamentos inutilizados desde o início da ação. O valor dos bens destruídos é estimado em R$ 20 milhões.
Segundo dados oficiais, os impactos socioambientais gerados pelo garimpo ilegal nos últimos sete meses chegam a R$ 630,9 milhões.
A cifra considera a degradação dos rios, a contaminação da água e os danos à fauna local.
Além disso, a produção média de ouro extraída de forma clandestina no período foi avaliada em R$ 245,4 milhões. Combinando os prejuízos ambientais e o valor do ouro retirado, o dano total chega a R$ 876,4 milhões.
Críticas ao uso de explosivos
A operação contra o garimpo ilegal, que utiliza explosivos para inutilizar as dragas, vem recebendo críticas por supostos impactos negativos adicionais na região do Rio Madeira.
Moradores e lideranças locais relatam que a destruição das balsas teria causado derramamento de combustíveis no rio Madeira e colocado em risco comunidades ribeirinhas.
Nesta semana, a Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado aprovou uma diligência para investigar denúncias de abusos durante a ação.
De acordo com o requerimento (REQ 107/2025), a medida foi considerada “desproporcional”, já que embarcações de extrativismo familiar teriam sido atingidas.
Entidades ambientais, lideranças comunitárias e políticos do Amazonas reforçam a necessidade de um equilíbrio entre o combate ao garimpo ilegal e a proteção da população ribeirinha.
Para a PF, no entanto, a operação é parte de um esforço contínuo de repressão à exploração irregular de recursos naturais no estado.
A corporação defende que as medidas adotadas visam reduzir os impactos ambientais causados pela extração de ouro em larga escala no Rio Madeira.