Embora sejam alimentos saudáveis no cardápio, as frutas apresentam uma extensão de problemáticas em torno do uso de pesticidas. Presente em várias receitas, o morango tem sido deixado de lado por munir agrotóxicos a fim de evitar sua degradação. O problema é que o mirtilo, conhecido por seu sabor e benefícios nutricionais, mostrou um outro cenário preocupante em termos de consumo.
Recentemente, amostras coletadas pelo Serviço Nacional de Sanidade Agrária (Senasa), no Peru, apresentaram níveis alarmantes de contaminação por pesticidas na fruta. Os índices de contágio superaram alimentos mais comuns, como morango, maçã e cereja, além dos vegetais cebola chinesa, pimentão, tomate e aipo.

A problemática é ainda maior quando pesquisas apontam o país sul-americano como o maior exportador mundial de mirtilo. A questão da saúde pública mostrada por meio da Senasa, destaca a necessidade urgente de os consumidores adotarem práticas mais rigorosas de higienização. Em resumo, é necessário reduzir o máximo os resíduos químicos. Mas como fazer isso?
- Em um primeiro contato, é preciso lavar os mirtilos sob água fria corrente para remover as impurezas presentes na superfície do alimento;
- Logo em seguida, mergulhe o alimento em uma solução com vinagre por cerca de cinco minutos;
- Enxágue novamente em água corrente para retirar o vinagre;
- Por fim, mas não menos importante, seque a fruta cuidadosamente com um pano limpo ou papel-toalha.
Fruta é alvo de possível extinção
De acordo com pesquisadores da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, a presença do fungo Erysiphe vaccinii pode levar à extinção do mirtilo. Em resumo, o problema danifica as plantas, cobrindo-as com uma substância branca e pulverulenta, que retira nutrientes e impede a fotossíntese.
“Existem outros oídios intimamente relacionados que afetam plantas como frutas silvestres ou eucaliptos, mas são geneticamente diferentes daqueles que se espalham pelo mundo em mirtilos. Este é um organismo difícil de controlar. Se você estiver enviando material vegetal para o outro lado do mundo, provavelmente estará espalhando este fungo”, avaliou o professor assistente de patologia vegetal da universidade, Michael Bradshaw.
Em tese, os estudos estão sendo feitos para que o fungo seja controlado e deixe de comprometer a produção da fruta. Porém, a disseminação do Erysiphe vaccinii tem o potencial de causar danos e custos significativos às indústrias, tornando o alimento mercadoria rara.