A explosão que matou 9 pessoas em uma fábrica da empresa Enaex em Quatro Barras (PR), em 12 de agosto, pode ter ocorrido por causa das temperaturas baixas no dia do acidente.
A conclusão está em um laudo elaborado pelo trabalho conjunto da PCP-PR (Polícia Científica do Estado do Paraná) e da Secretaria Estadual de Segurança Pública.

“No horário em que houve a explosão a gente teve o mínimo de temperatura diário, uma temperatura próxima em torno de 3°C”, disse o perito criminal Jerry Cristian Gandin.

Segundo Gandin, isso pode ter contribuído para que o pentolite, um tipo de composto explosivo, entrasse em estado sólido, apesar de a planta ter um sistema de aquecimento.

“Esse material solidificado pode ter colidido contra as bases dos agitadores, dos misturadores, e isso pode ter sido a causa da explosão.”

O pentolite é uma mistura dos explosivos TNT e nitropenta, utilizado para carregamento dos boosters, dispositivos que são usados para iniciar explosões.

A explosão ocorreu em torno das 5h50, em uma dependência de 25 metros quadrados que ficou totalmente destruída. Além de nove mortos, deixou sete feridos com lesões leves.
Gandin também disse que a apuração do caso contou com o método RCA (Root Cause Analysis, ou análise da causa raiz em português) para verificar diferentes elementos que possam ter levado ao acidente. Ele comparou a apuração ao trabalho feito na queda de um avião.

“Nestes acidentes, não temos apenas uma causa. Nem sempre é só uma falha humana ou do equipamento, mas há a contribuição do clima, do tempo, do equipamento e dos operadores, e tudo isso pode contribuir para a ocorrência do acidente.”

Ao todo, cerca de 80 integrantes da Polícia Científica atuaram no caso.

O laudo deve subsidiar o inquérito sobre o caso, que está em andamento e teve o prazo prorrogado por mais 30 dias.

De acordo com a delegada da Polícia Civil paranaense Gessica Andrade, responsável pelo caso, o novo prazo é necessário devido à complexidade do acidente e o volume de informações ainda sob análise.

“Desde o início, nosso trabalho tem se concentrado em apurar se houve alguma conduta dolosa ou que possa ter contribuído para a explosão que vitimou os nove trabalhadores”, disse Gessica.

Em nota, a Enaex afirmou manter contato direto com os familiares dos funcionários mortos no acidente e com seus representantes legais, incluindo a Defensoria Pública paranaense.

“Ressaltamos que diversas medidas já foram e continuam sendo adotadas, reafirmando nosso compromisso de acompanhar de forma responsável e próxima as famílias das vítimas”, diz o texto.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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