A queima de fogos de artifício virou tradição no revéillon, mas o barulho das explosões dos artefatos causa problemas de saúde em pessoas mais sensíveis a esses ruídos. Sofrem com o barulho, principalmente, pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), além de idosos e crianças, bem como animais, sobretudo os pets.
Crianças e autistas tem sensibilidade maior ao som, e sofrem mais com a perturbação, o que pode desencadear nelas insônia por dias. Diante do barulho intenso, pessoas com TEA podem entrar em crise sensorial, em que o estímulo gera alterações de comportamento que vão desde ansiedade e vontade de fugir do ambiente onde estão, progredindo para a autoagressividade e ataques físicos a pessoas que estiveram ao seu redor. Elas não conseguem processar que aquele ruído alto, por um período prolongado, é um momento de celebração. Com as queimas de fogos, o coração libera uma descarga de adrenalina, fica acelerado, e a pressão arterial sobe.
Algumas cidades brasileiras já reveem a prática da queima de fogos na virada do ano em celebrações públicas. Também há legislações específicas proibindo soltar artefatos que produzam barulho. A adoção de fogos sem estampido, espetáculos de luzes e apresentações com drones foram as alternativas buscadas para preservar a essência das celebrações, sem afetar a parte da população mais sensível e animais.
Em Brasília (DF), por exemplo, existe lei que proíbe fogos de artifício com ruído alto. A regulamentação ocorreu há 2 anos, e a legislação prevê multa de R$ 2,5 mil – ou o dobro em caso de reincidência. A regra vale para clubes, celebrações privadas e até para o próprio governo. Irregularidades podem ser denunciadas ao 197, o Disque Denúncia da Polícia Civil do DF. Na capital federal, a queima oficial para anunciar a chegada de 2026 deve durar 12 minutos. A contagem na Esplanada dos Ministérios será feita pela cantora sertaneja Lauana Prado.

