Recentemente, duas curiosas Rangers de cor branca apareceram circulando pela cidade de Campos do Jordão (SP), conhecida pela sua arquitetura com influência europeia mas principalmente pela sua altitude, sendo o munícipio mais alto no território brasileiro. E, por isso mesmo, não é incomum que montadoras levem seus modelos para lá para testes em temperaturas baixas e situações mais extremas.
Mas, afinal, o que essas picapes tem de tão diferente assim? Para começar, são unidades com especificação norte-americana, como é possível observar nas imagens postadas pelos nossos colegas do BF /// MS, no Instagram. Nas Ranger flagradas, há abertura elétrica da porção do vidro traseiro, comum nos modelos vendidos por lá. As lanternas também são diferentes das encontradas na picape que é feita na Argentina e vendida no Brasil, contando com uma parte transparente que não está disponível no modelo vendido por aqui.
Flagra: Ford testa Ranger americana no BR
Foto de: Placa Verde
Não parece ser teste para um possível facelift, já que o modelo argentino está em dia com os vendidos em outros mercados, mas pode indicar que a marca está testando alguma nova motorização, já que as Ranger vendidas na América do Norte, diferentemente do Brasil, possuem motores a gasolina.
Atualmente, a Ranger vendida no Brasil oferece dois motores turbodiesel: o 2.0 de 170 cv e 41,2 kgfm, com câmbio automático de 6 marchas, e o 3.0 V6 de 250 cv e 61,2 kgfm, sempre com transmissão automática de 10 marchas. Já a Ranger norte-americana adota propulsores a gasolina, ambos com câmbio automático de 10 marchas: o 2.3 EcoBoost de 300 cv e 45,4 kgfm e o 2.7 V6 EcoBoost de 329 cv e 55,2 kgfm. O primeiro, inclusive, é o mesmo usado no SUV Everest.
Teste para o Everest?
O Everest, vale lembrar, foi avaliado por jornalistas brasileiros na Argentina durante o lançamento da Ford F-150 Tremor, no mês passado. Oficialmente, a marca chamou a ação de “experimentação”, mas o fato de o sistema multimídia SYNC 4 do SUV estar disponível com idioma em português do Brasil reforçou a possibilidade de um estudo mais aprofundado para sua chegada ao país, ainda que esbarre justamente na falta de uma motorização diesel, como seus concorrentes: Toyota SW4 e Chevrolet Trailblazer.
Outro ponto que dificultaria sua competitividade por aqui é que a produção do SUV vem da Tailândia, e a importação pressionaria os preços frente aos rivais. Ainda assim, há rumores de que a Ford estuda fabricar o Everest na Argentina, utilizando a mesma linha de montagem da Ranger em General Pacheco. O projeto ganharia fôlego, já que os dois modelos compartilham chassi, transmissão e boa parte dos componentes – restando apenas a nacionalização do motor.