Com a proximidade das festas de fim de ano, o varejo supermercadista entra em um dos períodos mais intensos do calendário anual. O aumento expressivo no fluxo de clientes, impulsionado pelas compras para ceias, confraternizações e encontros familiares, eleva também a responsabilidade das lojas com a segurança alimentar, especialmente no setor de perecíveis.
Carnes, aves, peixes, laticínios, frutas, verduras e legumes ganham protagonismo nesse período e exigem atenção máxima em todas as etapas da operação. Para o consultor técnico de Segurança Alimentar da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), Flávio Graça, o momento pede rigor absoluto no cumprimento das normas.
“O fim de ano é um período crítico. O aumento das vendas, a reposição acelerada de mercadorias e o maior volume de pessoas circulando nas lojas ampliam os riscos. Por isso, é fundamental que os supermercados reforcem seus controles e não flexibilizem nenhum procedimento de segurança alimentar”, alerta Flávio Graça.
Armazenamento adequado é decisivo para a qualidade
Entre os principais pontos de atenção está o armazenamento correto dos produtos perecíveis. Manter temperaturas adequadas em câmaras frias, freezers e balcões refrigerados é essencial para preservar a qualidade dos alimentos e evitar riscos à saúde do consumidor.
Segundo o consultor da ASSERJ, o monitoramento deve ser constante, especialmente em dias de maior movimento. “Qualquer variação de temperatura pode comprometer um produto. Em períodos de pico, os equipamentos são mais exigidos, por isso é indispensável checar termômetros, registros e condições de funcionamento ao longo de todo o dia”, reforça.
Manipulação correta reduz riscos de contaminação
Outro fator crítico é a manipulação dos alimentos. Com o aumento da demanda, muitas lojas reforçam suas equipes, o que torna o treinamento ainda mais necessário.
“Todos os colaboradores, sem exceção, precisam estar alinhados às boas práticas de manipulação. Uso correto de EPIs, higienização frequente das mãos e cuidado para evitar contaminação cruzada são medidas básicas, mas que fazem toda a diferença”, explica Flávio Graça.
Rotulagem e validade exigem controle rigoroso
A alta rotatividade de mercadorias não elimina a necessidade de atenção à rotulagem e aos prazos de validade. Pelo contrário: exige controles ainda mais eficientes. “O rodízio de produtos precisa ser feito de forma criteriosa. Datas de validade devem ser verificadas diariamente para garantir que apenas alimentos próprios para consumo estejam disponíveis ao cliente”, destaca o especialista.
Exposição organizada impacta vendas e segurança
Além da segurança, a exposição correta dos produtos influencia diretamente a experiência de compra. Setores bem organizados, com alimentos frescos e visualmente atrativos, contribuem para o aumento das vendas e para a redução de perdas.
“Uma boa exposição facilita o giro, reduz desperdícios e transmite confiança ao consumidor, especialmente em um momento em que ele está mais atento à qualidade do que leva para a mesa”, pontua Graça.
Compromisso contínuo com a segurança alimentar
Para a ASSERJ, a segurança alimentar deve ser tratada como um compromisso permanente, e não apenas como uma exigência legal. No período de festas, esse cuidado se torna ainda mais estratégico para o varejo supermercadista. “Cumprir as normas é proteger o consumidor, a marca do supermercado e o próprio negócio. Um incidente nesse período pode gerar prejuízos financeiros e danos à reputação difíceis de reverter”, conclui Flávio Graça.
Em um cenário de alta movimentação, investir em treinamento, monitoramento e boas práticas no setor de perecíveis é fundamental para garantir um fim de ano seguro, eficiente e positivo tanto para o consumidor quanto para o varejo supermercadista.
