Carlos das Neves afirma que falta a harmonização da metodologia
para análise dos contaminantes, pese embora perceba que para as diversas áreas
são critério diferentes. É preciso ainda partilhar as competências entre países
para melhor colher informações e dados. O membro da Autoridade Europeia para a
Segurança dos Alimentos diz que é preciso ainda manter disponível a informação
que já existe e tê-la como de fácil acesso.
Está a decorrer no Museu da Eletricidade a 6.ª edição da
Conferência Internacional sobre Contaminantes Alimentares (ICFC 2025). O evento
é organizado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA),
através do seu Departamento de Alimentação e Nutrição, e em colaboração com o
Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM – Universidade de Aveiro). O tema
deste ano é ‘Desafios dos contaminantes emergentes (CEs) e saúde planetária’,
com a iniciativa a decorrer até amanhã.
O tema deste
debate é ‘The Role of Multilateral Policies in Food Contaminant Mitigation and
Planetary Health’. Participam no debate Amadeu Soares, do Centro de Estudos
Ambientais e Marítimos da Universidade de Aveiro; Carlos das Neves, da Autoridade
Europeia para a Segurança dos Alimentos e Paula Garcia, sub-directora da Direcção-Geral de Veterinária de Portugal;
e Sara Tavares, da unidade de Saúde e Segurança Alimentar da Comissão Europeia.
Sara Tavares afirma que a União Europeia tem tomado medidas para
tentar evitar o uso descontrolado de antibióticos em animais, o que leva à redução
da resistência a doenças. A especialista afirma que é através do exemplo que se conseguem alcançar os resultados pretendidos.
Paula Garcia aponta que deve haver mais harmonização entre a regulamentação das autoridades e dos agentes económicos. Portugal tem dificuldade em encontrar laboratórios credenciados para trabalhar com contaminação alimentar no país. “É importante que se partilhem dados”, indica a sub-directora da DGAV, explicando que quem estudo estes temas deve partilhar os conhecimentos com as entidades. A DGAV já criou um manual de boas-práticas para combater os contaminantes ambientais, direccionado para os agricultores.