Segundo Diêgo Vilela, advogado que representa a Nutratta, a empresa se solidariza com as perdas, mas ressalta “que não pode assumir qualquer responsabilidade pois, tecnicamente, não há nenhum elemento que estabeleça nexo entre o consumo da ração e a mortalidade dos equinos”.

“Várias coletas foram feitas e os testes solicitados para alguns laboratórios. Não descartamos a hipótese de o problema não ter nada a ver com a ração, bem como não descartamos a possibilidade de que suposta contaminação do produto possa ter ocorrido fora da Nutratta”, disse Diêgo.

O advogado ressaltou que apesar de donos dos animais alegarem ter feito exames, até o momento “nada foi apresentado que seja conclusivo ou indicativo de que foi a ração que causou o mal-estar e a mortalidade dos animais”.

Em ofício publicado na quarta (4), o Ministério da Agricultura e Pecuária determinou o recolhimento e proibição da venda da ração Forrage Horse, de modo cautelar, após “constatação de indícios da presença de contaminantes que podem prejudicar a saúde animal”.

Segundo o documento, estão impossibilitadas para consumo todas as embalagens fabricadas a partir de 8 de março de 2025.

Sobre a decisão do governo federal, o advogado destacou que a Nutratta já havia suspendido, por iniciativa própria, a fabricação e a venda da ração Forrage Horse, e considerou que “o ato administrativo se revelou totalmente desnecessário”.

“(…) a Nutratta já estava em franco processo de coleta da ração junto aos consumidores finais e aos distribuidores, do que o MAPA tinha pleno conhecimento – tanto é que o órgão estava acompanhando esse coleta em um distribuidor de São Paulo. Logo, o ato administrativo se revelou totalmente desnecessário, pois a Nutratta, como dito, já havia identificado os lotes e adotado todas as medidas necessárias”, defendeu.

A primeira morte de equino apurada em Indaiatuba ocorreu em 23 de abril, seguida por outra no dia 30. A partir de então, outros sete animais também morreram.

Um veterinário ouvido pela EPTV, afiliada da TV Globo, explicou que os equinos apresentaram desânimo e alterações hepáticas. A ração e o feno oferecido também foram substituídos.

No dia 19 de maio, uma equipe da Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente de Indaiatuba fez uma vistoria no haras onde nove cavalos morreram.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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