A ExxonMobil admite seguir a TotalEnergies no Rovuma LNG, dos maiores do género em África, após a multinacional francesa levantar a ‘força maior’ do megaprojecto de gás em Moçambique, porque as condições de segurança em Cabo Delgado melhoraram.
“A Total acabou de levantar o seu caso de ‘força maior’. Estamos a analisar e a tentar fazer o mesmo e, por isso, diria que o projeto está agora a avanço e sentimo-nos muito bem com isso (…) e estamos a trabalhar em estreita colaboração com a Total nesse sentido”, disse Darren Woods, diretor-executivo da petrolífera norte-americana, numa chamada telefónica com investidores, em 31 de Outubro, a partir do Texas, Estados Unidos da América.
De acordo com as declarações de Woods nessa chamada, para apresentação dos resultados do terceiro trimestre, a situação do megaprojecto da ExxonMobil, avaliada em 30 mil milhões de dólares, ainda dependente da aprovação da Decisão Final de Investimento (FID, na sigla em inglês), é “neste momento muito boa” e as relações com o Governo moçambicano “são muito fortes”.
Além disso, acrescentou o diretor-executivo, “a situação de segurança melhorou financeiramente”, aludindo aos ataques terroristas que se registaram em Cabo Delgado há oito anos e que em 2021 levaram a TotalEnergies a acionar a cláusula de ‘força maior’ para suspender a construção do complexo em Afungi, o que partilhará infraestruturas com a da ExxonMobil, ambos em terra, operando a partir da Bacia do Rovuma, norte de Moçambique.
A ExxonMobil chegou a prever antecipadamente a aprovação do FID para o final de 2025 e depois para o início de 2026, e o arranque da exportação de Gás Natural Liquefeito (GNL) em 2030, com capacidade prevista para a designada Área 4 da Bacia do Rovuma de 18 milhões de toneladas por ano (mtpa), a maior projectada em África.
Já o projecto da Área 1, de 20 mil milhões de dólares e liderado pela TotalEnergies, em fase de retomada quatro anos depois, diz a Lusa, prevê o arranque das entregas de GNL em 2029 e uma capacidade de 13 mtpa.
Actualmente, mas no ‘offshore’ da mesma bacia, o consórcio liderado pela petrolífera italiana Eni já produz, através da plataforma flutuante Coral Sul, cerca de sete mtpa, que arrancou em 2022. Aquele consórcio assinou em outubro a FID para a segunda plataforma do género, a Coral Norte, que vai duplicar a produção de GNL a partir de 2028, neste caso num investimento de 7,2 mil milhões de dólares.
