A ExxonMobil está promovendo uma reformulação profunda em seu portfólio exploratório no Brasil, direcionando suas atenções para a Margem Equatorial.
Entre 2017 e 2019, a petroleira norte-americana adquiriu mais de 20 blocos exploratórios no país, como operadora ou consorciada, distribuídos pelas bacias de Campos, Santos e Sergipe-Alagoas.
No entanto, suas campanhas de influência não tiveram sucesso exploratório. A companhia chegou a identificar filtros de petróleo e gás nos blocos Titãem Santos, e CM-789em Campos, em 2021, mas sem descobertas comerciais.
Diante disso, a Exxon foi se desfazendo da maioria de seus ativos, mantendo apenas os blocos CM-789 e SELO-M-637 (Sergipe-Alagoas), em que é operadora, além de Uirapuru (Santos), operado pela Petrobrás.
O título foi devolvido em 30 de setembro à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e, mais recentemente, também foram devolvidas os blocos CM-753 (Campos) e SM-536 e SM-647 (Santos).
Após alguns leilões sem participação, a principal norte-americana começou a adquirir blocos exploratórios no país este ano, levando 10 ativos na Bacia da Foz do Amazonas – cinco como operadora e cinco em parceria com a Petrobras.
Na mais recente rodada de partilha de produção, que ofereceu apenas blocos no Polígono do Pré-Sal (bacias de Campos e Santos), a ExxonMobil não adquiriu áreas.
O foco na Margem Equatorial parece fazer mais sentido para uma petroleira que vem sendo extremamente bem-sucedida no offshore da Guiana, com grandes descobertas feitas nos últimos anos. Segundo especialistas, a Margem Equatorial brasileira – principalmente a Foz do Amazonas – tem grande semelhança geológica com a bacia da Guiana-Suriname.
A ExxonMobil não respondeu ao contato feito pela BNamericas para comentar o assunto.
Primeiro óleo
Se, por um lado, ainda carece de sucesso exploratório no Brasil, por outro, a ExxonMobil entrou para a lista de produtores de petróleo e gás no país com o início de produção do campo Bacalhauno pré-sal da bacia de Santos, onde detém 40% de participação.
“É um marco de extrema importância na nossa história centenária no país e que trará muitos frutos para as futuras gerações”, declarou Alberto Ferrin, presidente da ExxonMobil no Brasil, em nota à imprensa.
Bacalhau corresponde à antiga área de Carcará (bloco BM-S-8), descoberta pela Petrobras e posteriormente adquirida pela Equinoratual operadora do ativo.
(A versão original deste conteúdo foi redigida em português)
