O planeta registrou nesta terça-feira (4) um apagão global de comunicações após o Sol emitir duas poderosas explosões de classe X, o tipo mais intenso de erupção solar. O fenômeno, que interrompeu transmissões de rádio e sinais de navegação em diversos países, é considerado pelos especialistas um dos mais fortes episódios de atividade solar dos últimos anos.

A primeira erupção, classificada como X1.8, ocorreu às 14h34 (horário de Brasília) a partir da mancha solar AR4274, uma das regiões mais ativas da superfície solar. O evento provocou um apagão de rádio de nível R3 (forte) em grande parte das Américas do Norte e do Sul, segundo dados da NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA).

Cerca de cinco horas depois, às 19h02, uma segunda erupção de classe X1.1 foi registrada em uma área ainda não visível do Sol, do lado sudeste. O novo pulso de energia gerou outro blecaute de comunicações, desta vez atingindo o Pacífico NorteNova Zelândia e partes da Austrália.

Radiação e ejeções de massa coronal

Ambas as explosões foram acompanhadas por ejeções de massa coronal (CMEs) — grandes nuvens de plasma magnetizado lançadas ao espaço. Segundo os modelos iniciais, nenhuma das ejeções está diretamente direcionada à Terra, mas as bordas dessas nuvens podem interagir com o fluxo de vento solar, provocando tempestades geomagnéticas moderadas (nível G3) entre 6 e 7 de novembro.

Essas tempestades podem causar novas instabilidades em sistemas de satélite e comunicações. Por outro lado, há também um lado positivo: a expectativa é de auroras mais intensas e visíveis em latitudes médias, fenômeno que costuma encantar observadores do céu.

“Estamos vendo uma escalada de atividade solar significativa. A região AR4274 está se voltando para a Terra, o que aumenta a possibilidade de futuras explosões com impacto direto”, alertou o Centro de Previsão de Clima Espacial da NOAA.

O que é um blecaute de rádio R3

Na escala da NOAA, um evento R3 é classificado como forte, com potencial para interromper comunicações de alta frequência e sinais de navegação (GPS) por até uma hora na parte iluminada do planeta.
Esses apagões costumam afetar aviação, transporte marítimo e transmissões de emergência, especialmente em regiões equatoriais e tropicais.

Próximos dias sob vigilância

O Sol permanece em um ciclo de atividade crescente, que deve atingir seu pico em 2025, segundo previsões da NASA. A NOAA estima uma probabilidade de 65% de novas erupções médias (classe M) e 15% de novas erupções extremas (classe X) nos próximos dias.

A mesma região que causou os blecautes — AR4274 — continua altamente instável e, agora, de frente para a Terra, o que aumenta o risco de eventos mais intensos e direcionados ao planeta.

Enquanto isso, cientistas e agências espaciais seguem monitorando o comportamento solar em tempo real.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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