Esta ponte, ligação vital entre a Rússia e a península anexada, foi encerrada temporariamente após uma série de explosões e disparos da defesa aérea russa na cidade de Kerch. O incidente, confirmado por testemunhas locais e canais de Telegram, reacende o foco sobre uma infraestrutura simbólica e estratégica, repetidamente visada pela Ucrânia desde o início da invasão
A Rússia encerrou temporariamente a Ponte da Crimeia na noite de 29 de junho, após relatos de explosões e atividade intensa da defesa aérea em Kerch. A iluminação da ponte foi desligada e o trânsito interrompido por pouco mais de uma hora.
Vários canais locais no Telegram deram conta de “múltiplas explosões” e do acionamento dos sistemas de defesa russos. “Ouviram-se explosões em Kerch, a defesa aérea está a disparar, e as luzes da ponte foram apagadas”, relatou o canal Crimean Wind.
A ponte, também conhecida como Ponte de Kerch, liga a Rússia continental à península da Crimeia, anexada em 2014. É uma das principais vias logísticas de Moscovo para abastecer os territórios ucranianos ocupados.
No domingo, 30 de junho, o Ministério da Defesa russo informou que cinco drones ucranianos foram abatidos sobre o Mar de Azov. Não houve confirmação oficial de danos nem em Kerch nem na ponte.
Este incidente surge semanas depois de a Ucrânia ter confirmado um ataque subaquático à estrutura, em que detonou mais de uma tonelada de explosivos junto aos pilares de sustentação. “Deus ama a Trindade, e o SBU leva sempre os seus planos até ao fim sem se repetir”, disse na altura o chefe dos serviços secretos ucranianos, Vasyl Malyuk.
A ponte já fora alvo de ataques anteriores em outubro de 2022 e julho de 2023, mas Moscovo tem insistido na sua reparação, num esforço que é tanto logístico quanto simbólico.