Explosões da Starship complicam avanço da SpaceX vêm ampliando a pressão sobre a empresa de Elon Musk para entregar resultados concretos e proteger contratos bilionários com a NASA e investidores privados.

Explosões da Starship complicam avanço da SpaceX

Em junho, um protótipo Starship explodiu durante um teste rotineiro de abastecimento no Texas. A investigação interna apontou falha em uma garrafa pressurizada de nitrogênio gasoso como causa principal. O episódio levou a companhia a deslocar cerca de 20% da equipe de engenharia do programa Falcon 9 para o projeto Starship por seis meses, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg.

A mudança visa acelerar melhorias na confiabilidade do foguete, nos testes de componentes e no ritmo de produção. A urgência é justificada: dos três lançamentos de teste realizados neste ano, dois terminaram em explosão e um perdeu o controle ao tentar liberar satélites experimentais, falhando na reentrada.

Concebida como o maior foguete já construído e o primeiro totalmente reutilizável em órbita, a Starship é peça central dos planos de Musk para transportar humanos à Lua e, futuramente, a Marte. Todd Harrison, pesquisador sênior do American Enterprise Institute, avalia que mudanças frequentes no design têm provocado “efeitos colaterais que se somam e geram falhas catastróficas”.

Mesmo sob questionamentos — a New York Magazine chegou a perguntar se a nave “está condenada” —, a SpaceX continua a atrair capital. A companhia prepara nova rodada de venda de ações que pode avaliá-la em US$ 400 bilhões, abaixo dos US$ 500 bilhões inicialmente almejados, mas ainda a maior do setor.

A percepção de avanço será decisiva para manter a confiança de financiadores e cumprir o contrato de cerca de US$ 4 bilhões firmado com a NASA para pousar astronautas na superfície lunar. Cada fracasso pesa no caixa: a combinação de nave e propulsor Super Heavy custa centenas de milhões de dólares, valor integralmente perdido em caso de explosão, além de potenciais impactos ambientais.

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Imagem: luckyluke

O próximo ensaio, o décimo, está agendado para domingo (24). O protótipo Version 2, considerado inferior pelos próprios engenheiros, segue em uso por ainda fornecer dados críticos, principalmente sobre os azulejos de proteção térmica, que não resistiram íntegros em nenhum voo de 2024.

Analistas como Carissa Christensen, da BryceTech, lembram que falhas fazem parte do modelo iterativo da SpaceX, mas alertam para a exposição pública: “Testes seguidos de explosões ocorrem sob os holofotes de uma empresa acostumada a avançar rápido e com sucesso”.

Para acompanhar a evolução da missão e outras novidades do setor aeroespacial, leia nossa cobertura completa sobre ciência e tecnologia e fique por dentro dos próximos lançamentos.

Crédito da imagem: luckyluke007/Shutterstock

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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