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Nesta terça-feira (11), foi registrada a explosão solar mais violenta de 2025. Classificada como X5.2, a erupção lançou uma onda de energia tão forte que já influencia o campo magnético da Terra. O evento deve gerar tempestades geomagnéticas de intensidade entre G3 (forte) e G4 (severa), além de provocar auroras em regiões incomuns.

Vamos entender:
- O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade;
- Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
- Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
- No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas na superfície, que representam concentrações de energia;
- À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
- De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela em jatos de plasma (também chamados de “ejeção de massa coronal” – CME);
- As explosões são classificadas em um sistema de letras – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior;
- A classe X denota os clarões de maior intensidade, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força;
- Um X2 é duas vezes mais forte que um X1, um X3 é três vezes mais forte, e, assim, sucessivamente;
- Como o Sol dá uma volta em seu próprio eixo a cada 27 dias, as manchas solares desaparecem de vista por determinado período, voltando em seguida a ser visíveis para a Terra.
De acordo com a plataforma de climatologia e meteorologia espacial Spaceweather.com, a ejeção de massa coronal (CME) resultante viaja em altíssima velocidade e está prestes a se fundir com outras duas CMEs lançadas antes dela pela mesma mancha solar, formando uma chamada “CME canibal”. Quando esse tipo de fusão acontece, o impacto sobre o planeta se torna muito mais intenso, ampliando o risco de distúrbios em sistemas de comunicação, energia e satélites.
Bombardeio de prótons energéticos acontece a cada 20 anos
Além de plasma e campo magnético, a erupção liberou uma enxurrada de prótons altamente energéticos em direção à Terra. Essas partículas se movem quase à velocidade da luz e, em casos raros, como o que está previsto para as próximas horas, conseguem atravessar a atmosfera até alcançar o solo. “Este é um evento muito significativo”, explicou o professor Clive Dyer, do Centro Espacial de Surrey, no Reino Unido.
O fenômeno é conhecido como “Evento ao Nível do Solo” (GLE, na sigla em inglês) e ocorre apenas uma ou duas vezes por ciclo solar, que dura cerca de 11 anos. Segundo Dyer, o episódio atual é comparável ao de 13 de dezembro de 2006, considerado um dos mais fortes do século. Eventos desse porte costumam acontecer, em média, a cada 20 anos.
Durante o GLE de 2006, passageiros em voos próximos aos polos receberam doses de radiação cerca de 20% acima do normal. Algo semelhante pode estar ocorrendo agora, especialmente em rotas de alta altitude. Para Dyer, analisar casos como este ajuda a entender e se preparar para explosões ainda mais extremas, como a de 1956, que elevou em mil vezes a radiação a 12 mil metros de altitude.

Enquanto isso, no espaço, satélites vêm sendo atingidos por partículas solares, criando um efeito de “neve” nas câmeras. Essa interferência, visível nas imagens do Observatório Solar e Heliosférico (SOHO), uma colaboração entre a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA), é um dos sinais mais claros da tempestade de radiação – um lembrete da força impressionante do Sol sobre a Terra.
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Sonda revela primeira imagem do campo magnético solar em movimento
A sonda Solar Orbiter, da ESA, tem viajado ao redor do Sol e, pela primeira vez, conseguiu uma imagem mais precisa da dinâmica nos polos, algo que ainda era limitado.
Desde fevereiro de 2020, a espaçonave está viajando em elipses alongadas em torno do Sol. Em março deste ano, ela deixou o plano em que outras sondas orbitam a estrela para se ajustar em uma trajetória inclinada em 17 graus, com uma visão melhor para os polos, o que permitiu a análise de dados de fluxos de plasma e do campo magnético solar. Saiba mais aqui.
