Pela primeira vez, astrônomos encontraram um super-remanescente de nova (NSR) – vestígio de uma explosão em que a estrela resiste e pode detonar novamente – na Grande Nuvem de Magalhães (LMC), galáxia satélite da Via Láctea.

Esse é o maior NSR descoberto até o momento e o segundo observado fora da nossa galáxia. Os resultados estão em um artigo disponível no servidor de pré-impressão arXiv, onde aguarda revisão por pares.

Na imagem acima, é possível ver a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães nas proximidades da Via Láctea. Crédito: Udo Kieslich – Shutterstock

Os NSRs são estruturas colossais que se parecem com conchas, sendo muito maiores que os detritos comuns de detonações cósmicas. Formados por explosões nova constantes, eles crescem conforme o material ao redor de sua estrela é empurrado para longe.

Pesquisadores acreditam que essas conchas se formam ao redor de todas as novas. No entanto, apenas quatro tinham sido identificadas até o momento, sendo três delas na Via Láctea.

Super remanescente de nova está ao redor do sistema LMCN 1971-08a. Cruz em ciano indica a localização da origem das explosões de nova. (Imagem: Healy-Kalesh 2025)

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Agora, a equippe do novo estudo detectou a quinta integrante dessa lista. “Aqui apresentamos a descoberta do primeiro NSR na Grande Nuvem de Magalhães e apenas a segunda camada de nova extragaláctica a ser identificada, hospedada pela nova recorrente LMCN 1971-08a”, escreveram os cientistas no artigo.

Super-remanescente de nova na LMC é o maior já encontrado

LMCN 1971-08a é uma das quatro novas recorrentes conhecidas na Grande Nuvem de Magalhães. Estudos anteriores estimaram que o seu ciclo de detonação é de cerca de 38 anos, tendo sua última explosão ocorrida em 2009. Observações revelaram que se trata de uma anã branca, com 1,1 a 1,3 massas solares, que incorporou o material de sua companheira, uma estrela subgigante.

Com dados do radiotelescópio MeerKAT, a equipe encontrou a estrutura em forma de concha próxima a LMCN 1971-08a. Tendo uma aparência circular, esse objeto cósmico apresenta brilho maior a nordeste e a sudeste, com um fino limite conectando os dois extremos.

Segundo os cálculos do grupo, essa formação tem um diâmetro de cerca de 650-anos-luz. Estima-se que os limites interno e externo da concha estejam a 284 e 329 anos-luz de LMCN 1971-08a, respectivamente.

Restos de uma explosão estelar capturados pelo Observatório Europeu do Sul. (Imagem: Equipe ESO/VPHAS+ / Cambridge Astronomical Survey Unit)

As observações mostraram também que a camada externa tem cerca de 4.130 massas solares e está expandindo a uma velocidade em torno de 20km/s. A equipe estimou a idade da concha em cerca de 2,4 milhões de anos.

O conjunto dos dados revelou que esse é o maior super-remanescente de nova já descoberto. As informações captadas também sugerem que LMCN 1971-08a pode ter um ciclo de detonações menor do que se pensava.

“Devido à existência de tal NSR, LMCN 1971-08a pode ter um período de recorrência muito mais curto do que os 38 anos atualmente presumidos e, portanto, pode ser observado em erupção muito antes de 2047”, concluiu a equipe.


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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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