O caso industrial não é isolado. Segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), vazamentos de gás estão entre as principais causas de incêndios e explosões. Na maioria das vezes, tudo começa com erros simples — e totalmente evitáveis.

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Basta o gás se acumular em um ambiente fechado e encontrar uma faísca — que pode vir até do interruptor de luz — para provocar uma explosão. Como o GLP é mais pesado que o ar, ele se concentra nas partes mais baixas do local, aumentando ainda mais o perigo.

Ocorrências com GLP preocupam pelo alto risco: de acordo com o CBMSC, a cada cinco incêndios ou explosões causadas por vazamento de gás, pelo menos um termina com vítima ferida ou em morte — um índice quase seis vezes maior que a média de outros tipos de incêndio.

Vazamento não se testa com fogo

Um erro comum é tentar “testar” vazamento com isqueiro ou fósforo. Os bombeiros são categóricos: isso nunca deve ser feito. Uma faísca é suficiente para transformar um vazamento simples em uma explosão de grandes proporções.

O teste correto é simples e seguro: espuma de sabão. Aplique na válvula, mangueira, regulador, conexões ou tubulação. Se borbulhar, tem vazamento. Nesse caso, feche o registro, ventile o ambiente e chame um profissional habilitado.

Em empresas, galpões e fábricas, o risco costuma ser ainda maior. Diferente do botijão doméstico, muitos locais usam tubulações internas ligadas a centrais de GLP, que alimentam máquinas e equipamentos. Sem manutenção periódica, o gás pode vazar de forma silenciosa, se acumular no ambiente e formar uma atmosfera explosiva. Um motor ligando ou um interruptor acionado pode ser o suficiente para causar o estrago.

Faça manutenções 

Os bombeiros alertam que instalações de gás não são definitivas. Mangueiras ressecam, conexões afrouxam, válvulas se desgastam e adaptações improvisadas aumentam muito o risco. Qualquer troca de equipamento, mudança de layout ou ampliação do espaço exige nova avaliação técnica da rede de gás.

Outro ponto crítico é o local de instalação. Botijões ou centrais de GLP nunca devem ficar em ambientes fechados, como armários, porões ou vãos de escada. O correto é manter o sistema do lado de fora, em área ventilada, protegida e longe de ralos ou desníveis, onde o gás possa se acumular.

Botijão não explode, mas o ambiente sim

Ao contrário do que muita gente pensa, o botijão em si raramente explode. O perigo está no vazamento do gás. Quando isso acontece em ambientes fechados, o resultado pode ser devastador: paredes cedem, telhados caem e estruturas ficam comprometidas.

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⚠️ COMO EVITAR ACIDENTES COM GÁS

Na instalação

• Instale botijão ou central de GLP sempre em área externa e ventilada

• Nunca mantenha gás em armários, porões ou locais fechados

• Evite proximidade com ralos, desníveis e áreas onde o gás possa se acumular

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• Use mangueira e regulador com selo do Inmetro e dentro da validade

• Em empresas, exija instalação e manutenção por profissionais habilitados

No dia a dia

• Compre botijões apenas de empresas credenciadas pela ANP

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• Não use botijão amassado, enferrujado ou com lacre violado

• Não deixe fogão, queimadores ou máquinas a gás sem supervisão

• Mantenha crianças longe do fogão e do botijão

• Nunca improvise consertos

• Em galpões e fábricas, faça inspeções periódicas na rede de gás

🚨 SE SENTIR CHEIRO DE GÁS

Sem fogo

• Feche o registro imediatamente

• Afaste as pessoas

• Não ligue nem desligue luzes ou equipamentos

• Abra portas e janelas

• Não produza faísca

• Ligue 193

Com fogo

• Saia do local e impeça a entrada de pessoas

• Ligue 193 imediatamente

• Se for seguro, feche o registro e desligue a energia

Os bombeiros reforçam: prevenção ainda é o melhor remédio. Um cuidado simples pode evitar incêndio, explosão e, principalmente, salvar vidas.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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