Caso gerou manifestações de consternação de Mattarella e Meloni
Três policiais da Arma dos Carabineiros da Itália morreram e mais de 10 pessoas ficaram feridas em uma explosão aparentemente deliberada durante uma ação de despejo em Castel d’Azzano, nos arredores de Verona, norte do país, nesta terça-feira (14).
O episódio ocorreu em uma casa rural habitada por três irmãos agricultores na faixa dos 60 anos e com histórico de problemas financeiros, identificados como Franco, Dino e Maria Luisa Ramponi.
O imóvel estava saturado de gás, e a explosão foi deflagrada assim que os policiais arrombaram a porta da frente, atingindo em cheio os agentes, enquanto a casa de dois andares foi tomada pelo fogo e ficou completamente destruída.
Segundo investigadores, a detonação foi causada de maneira proposital pelos moradores para evitar a remoção, tese reforçada pela presença de cinco cilindros de gás e restos de coquetéis molotov no local do crime.
“Nós nos encontramos diante de uma loucura. A deflagração do cilindro nos atingiu enquanto os militares estavam subindo, e o impacto fez desabar toda a estrutura”, declarou o comandante dos Carabineiros na província de Verona, Claudio Papagno.
Os irmãos Ramponi já haviam ameaçado se explodir em outras duas ações de despejo anteriores e estavam barricados dentro da residência para evitar a remoção. Todos eles foram presos, sendo que Dino e Maria Luisa também sofreram queimaduras e receberam atendimento médico, mas sem risco de morte.
“Houve seguramente um homicídio premeditado e doloso. Não há dúvidas disso”, disse o procurador de Verona, Raffaele Tito.
“Antes da explosão, os policiais ouviram um assobio, provavelmente dos cilindros sendo abertos”, explicou.
Os três militares mortos são Davide Bernardello, 36 anos, Marco Piffari, 56, e Valerio Daprà, 56, e o incidente também feriu 11 carabineiros, três agentes da Polícia do Estado e um bombeiro.
“Soube com choque e profunda tristeza da morte dos três militares da Arma dos Carabineiros. Nesta trágica circunstância, expresso minha solidariedade aos Carabineiros e minhas mais profundas condolências às famílias, juntamente com meus melhores votos de rápida recuperação aos feridos”, disse o presidente da Itália, Sergio Mattarella.
Já a premiê Giorgia Meloni afirmou que o caso destaca “mais uma vez o valor e o sacrifício cotidianos de quem serve ao Estado e a seus cidadãos”. .