Apesar de representar a maior parte do Universo, a natureza da energia escura ainda é um mistério. Alguns cientistas acreditam que ela seja uma propriedade intrínseca do espaço, enquanto outros sugerem que pode se tratar de um campo físico ainda não identificado. Há também quem defenda que a aceleração observada na expansão cósmica possa ter outras explicações, relacionadas a erros de medição ou a fatores ainda desconhecidos.
Um novo olhar sobre as supernovas
A nova pesquisa revisitou as supernovas do tipo Ia, usadas como referência por atingirem brilho semelhante, o que permite medir distâncias cósmicas com precisão. A equipe analisou mais de 300 galáxias que registraram esse tipo de supernova e descobriu que o brilho das explosões varia conforme a idade das estrelas que as originam. Supernovas em sistemas mais jovens tendem a ser menos luminosas, enquanto as formadas em sistemas mais antigos brilham com maior intensidade.
Essa diferença pode ter afetado medições anteriores. Se uma supernova parece mais fraca por ter se formado em estrelas jovens, ela pode ter sido interpretada como mais distante do que realmente estava, criando a ilusão de aceleração na expansão do Universo.
O que os novos dados indicam
Ao ajustar os resultados considerando essa variação de brilho, os pesquisadores observaram que a aceleração desaparece. Para verificar a consistência do resultado, eles compararam as novas medições com outros métodos independentes de observação cósmica, que já indicavam uma expansão mais lenta. Com a correção aplicada, todos os métodos passaram a apontar o mesmo comportamento.
Os autores do estudo ressaltam que a pesquisa não encerra o debate sobre a expansão do Universo, mas sugere que a energia escura pode não atuar da forma imaginada desde os anos 1990. Caso a desaceleração seja confirmada, parte das bases da cosmologia moderna terá de ser revista. As informações são do portal Science Daily.
