Um diagnóstico ambiental divulgado nesta quinta-feira (31) aponta que 19 afluentes do Rio Piracicaba apresentam níveis de coliformes fecais acima do limite permitido pela resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). A análise, realizada por um grupo de pesquisa ao longo de oito meses, abrangeu 22 pontos da bacia, revelando que apenas três corpos d’água estão dentro dos padrões aceitáveis.
Os altos índices de coliformes fecais, que indicam contaminação fecal e representam riscos à saúde pública, foram atribuídos a um tratamento de esgoto inadequado nos grandes municípios da região. O promotor Ivan Carneiro Castanheiro, do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), destacou a necessidade urgente de um tratamento avançado de esgoto para mitigar o problema.
O Ribeirão Quilombo foi identificado como o mais poluído, apresentando 16 parâmetros fora dos limites legais, incluindo coliformes fecais, fósforo e cloro. A situação crítica do ribeirão, que corta cidades como Campinas e Americana, foi descrita como um “ribeirão praticamente morto”, devido à carga elevada de esgoto não tratado.
Os dados do estudo, que também utilizou técnicas inovadoras como a análise de DNA ambiental, foram apresentados em um evento nacional em Piracicaba, com o objetivo de promover práticas de sustentabilidade. Um aplicativo foi desenvolvido para disponibilizar os dados da pesquisa em tempo real à população, visando aumentar a conscientização sobre a qualidade da água na região.