Arsénio, chumbo e cobre entre os elementos tóxicos detetados em níveis muito superiores aos limites legais. Poluição já afeta também freguesias de Vieira do Minho.
Foi divulgado recentemente o Estudo Hidrogeológico de Base, incluído no Anexo 5 do Estudo de Impacte Ambiental da Mina da Borralha, em Montalegre. O documento revela que as águas e os solos da antiga exploração mineira continuam contaminados por metais pesados, confirmando suspeitas antigas sobre a persistência da poluição no local.
De acordo com o estudo, foram detetadas concentrações elevadas de arsénio, chumbo, cobre, ferro, manganês e molibdénio, valores que, em vários casos, ultrapassam os limites legais definidos pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Em determinadas amostras, os níveis de cobre e ferro registam-se muitas vezes acima do permitido para águas destinadas ao consumo ou à irrigação agrícola.
Os dados apontam para a disseminação das substâncias contaminantes através dos lençóis freáticos e do curso natural das ribeiras da Borralha e da Amiar, com repercussões já identificadas nas zonas agrícolas e em localidades próximas. O fenómeno abrange não só o concelho de Montalegre, mas também o de Vieira do Minho, afetando particularmente as freguesias de Ruivães e Campos.
Especialistas alertam que a presença prolongada de metais pesados pode representar riscos sérios para a saúde pública, uma vez que elementos como o arsénio e o chumbo têm efeito cumulativo no organismo e estão associados a doenças neurológicas, renais e cancerígenas.
Com a publicação do estudo, autoridades locais e população pedem uma intervenção urgente. Defendem que a APA e a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte) devem intensificar a monitorização das águas e solos, bem como avaliar o impacto na saúde das populações expostas.
O Município de Vieira do Minho, recorde-se, emitiu parecer negativo à reativação da concessão mineira em 2020. Entretanto, decorre a análise de um novo projeto mineiro cuja área de exploração prevista é superior à anterior, como mostra o mapa disponível no portal da Direção-Geral de Energia e Geologia: ver mapa da Borralha.