Nauru, uma micro-nação localizada no Pacífico Sul, na região da Micronésia, com uma área total de apenas 21 km² — que a torna o menor país insular do mundo —, é conhecida por ser a única sem uma capital formal.
Suas funções administrativas estão concentradas, de outro modo, em um pequeno distrito (Yaren), que atua como a sede governamental da ilha, já ameaçada pelas consequências da crise climática que provoca uma acelerada elevação do nível do mar e a faz quase desaparecer da linha costeira.
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Em 2025, um novo projeto do governo de Nauru buscava financiar, pela venda de vistos de cidadania (em pacotes de até US$ 105 mil), a realocação de até 90% dos habitantes da ilha para áreas mais elevadas, a fim de fugir do desastre climático.
Atrás apenas do Vaticano e de Mônaco em tamanho, Nauru é a menor república do planeta, com uma população estimada em cerca de 12 mil habitantes.
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O país, portanto, não tem uma capital: é tão diminuto em território que é dividido em apenas 14 distritos totais, distribuídos entre a área habitável da ilha. Sua sede administrativa, Yaren, fica no sul da ilha e ocupa cerca de 1,5 km². Lá está localizado o parlamento e o único aeroporto do país.
Créditos: Wikipedia
Habitada por povos polinésios — seus primeiros habitantes —, Nauru foi colonizada entre 1798 e 1830 por navegadores britânicos, que levaram à extinção de clãs locais e, a partir de 1900, iniciaram um comércio altamente rentável de extrativismo natural na ilha: a exploração de fosfato.
A ilha é rica em depósitos naturais do composto, que se acumula em sedimentos formados de excrementos de aves marinhas endêmicas da região, o guano. O fosfato é fundamental na agricultura, usado como fertilizante, e tem funções industriais e farmacêuticos amplas, especialmente na composição de medicamentos e produtos de limpeza.
A exploração expansiva de fosfato em Nauru, destinada principalmente à fabricação de fertilizantes, foi a base da economia do país por décadas e chegou a torná-lo uma das nações mais ricas do mundo em proporção de PIB durante o pico da produção.
Desde o esgotamento de suas reservas de fosfato, entretanto, o país tem enfrentado uma economia marcada pelo desemprego estrutural, pela crise climática e pela devastação que restou da exploração natural de reservas de calcário.
O país tem celebrado, ao longo dos últimos anos, acordos para o recebimento de imigrantes deportados da Austrália a fim de obter benefícios econômicos. Um deles delimitava uma base offshore para o processamento de migrantes que requerem asilo, estão em situação irregular ou são vítimas de tráfico de pessoas.
A Austrália mantém, ainda, um programa que destina dezenas de milhões de dólares em ajuda bilateral para Nauru, com enfoque em administração pública, diversificação econômica, melhoria dos serviços e fortalecimento institucional.
Em dezembro de 2024, um tratado assinado entre os países estabeleceu uma ajuda financeira de AUD 140 milhões ao longo de cinco anos — destinados ao reforço do orçamento e da segurança da ilha — em troca de reforçar a influência da Austrália no “envolvimento de terceiros em infraestrutura crítica” do pequeno país, em setores estratégicos como telecomunicações, bancos e energia.
Nauru passou a necessitar, portanto, de uma aprovação prévia da Austrália para celebrar investimentos estrangeiros.
“Por meio do tratado, a Austrália garantirá aos nauruanos acesso contínuo a serviços bancários vitais e ao sistema financeiro internacional”, diz o acordo, que também envolvia o oferecimento de serviços bancários do Commonwealth Bank of Australia à pequena nação.
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