A segurança pública é hoje a maior preocupação da população do Rio, e, no ano passado, o estado viu aumentar de forma significativa os crimes de roubo. Análise realizada pelo Centro de Estudo de Segurança e Cidadania (Cesec), da Universidade Candido Mendes, com base nos dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), mostra que em 2024 roubos de todo tipo cresceram 17%, com destaque para os de veículos,  que subiram 39%. Por outro lado, houve redução dos crimes contra a vida: tanto os homicídios dolosos quanto o índice de letalidade violenta atingiram os menores patamares da série histórica.

Já os crimes contra o patrimônio vinham em forte tendência de queda desde 2019. Mas, no ano passado, houve “uma explosão dos roubos de rua, roubos em coletivo, roubos de carga e principalmente do roubo de veículo”, afirma o estudo. Os roubos de veículos são os que mais
surpreenderam em 2024, quando foram registrados 30.934 casos no estado. Só na região da Grande Niterói houve um aumento de 48,6%, com 1.939 ocorrências. Na capital, o crescimento foi de 40,4% (17.304 registros) e na Baixada Fluminense, de 40,6% (10.922).

Os roubos de rua – que influenciam diretamente na sensação de segurança da população e reúne os roubos a transeunte, de aparelho celular e a coletivo – registraram índice 13,6% maior em 2024 no estado, totalizando 58.574 ocorrências. No recorte da capital, o percentual ficou acima: 19,4%, ou 37.449 casos. Já a população da Baixada viu aumentar essas ocorrências em 13%, enquanto na Grande Niterói houve queda de 5,7%.

Levando em consideração apenas os roubos a coletivo, a pesquisa aponta um crescimento de 14,5% em todo Rio de Janeiro. Foram 6.275 registros. O percentual foi impulsionado pela capital, única região a apresentar aumento, de 39,5% (ou 4.473 casos no total). Os roubos de carga, razão de operações policias frequentes, tiveram acréscimo de 6,6% no estado – houve 3.438 ocorrências. Grande Niterói e capital apresentaram aumento de 61,0% e 24,3%, respectivamente.

Queda dos crimes contra a vida

De acordo com o estudo, o Rio de Janeiro vive um paradoxo: enquanto o número de homicídios e mortes decorrentes de ação policial continua diminuindo, o domínio de grupos armados nos territórios – facções e milícias – segue crescendo. No caso dos homicídos dolosos, houve aumento de 7,6% em 2023 por causa dos conflitos envolvendo as milícias da Zona Oeste, como indica o Cesec. No entanto, em 2024 eles voltaram à tendência de queda, alcançando 2.930 mortes, menor patamar da série histórica. A redução no ano passado foi de 11,0% no estado.

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A letalidade violenta também acompanhou no ano passado tendência de queda, totalizando 3.795 mortes, numa redução de 11,1% em relação a 2023. Mortes provocadas por policiais também caíram. “O que se viu em 2024 foi a sustentação dessa redução, que possibilitou o estado
atingir o menor número de mortes provocadas por policiais desde 2015, totalizando 699 mortes. A ADPF 635 e as câmeras corporais continuam como fortes indicativos dessa redução”, diz o levantamento do Cesec.

 

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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