O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, classificou a situação na Faixa de Gaza como um “crime de guerra” cometido por Israel, por impedir a chegada de ajuda humanitária à população palestina, que passa fome.

“O mais intolerável sobre este desastre causado pelo homem é que poderia parar agora mesmo. As pessoas estão a morrer de fome [em Gaza] enquanto a comida que poderia salvá-las permanece em caminhões a uma curta distância”, afirmou Adhanon, em uma conferência para a imprensa internacional, nesta sexta-feira (5).

O chefe da OMS fez uma publicação nas redes sociais na qual classifica a situação de fome em Gaza como uma “guerra desumana”, cobrou Israel que acabe que com ataques imediatamente e disse que, caso não, irá chamar aliados do país para influenciar nesta decisão.

A denúncia de Tedros Adhanom já vem sendo escancarada por imagens, depoimentos e estatísticas desde o início do massacre provocado pelo governo de Benjamin Netanyahu, em 7 de outubro de 2023.

Desde então foram mais de 370 pessoas mortas, exclusivamente, por fome. Segundo dados oficiais, os ataques israelenses, de modo geral, já mataram pelo menos 64.231 pessoas e feriram outras 161.583 na região.

No entanto, foi apenas há duas semanas que a ONU declarou oficialmente estado de fome extrema em algumas partes da Faixa de Gaza. Israel afirma, ao contrário, que “não há fome” no território palestino e acusou o Hamas de saquear a ajuda.

“Esta é uma catástrofe que Israel poderia ter evitado e impedido a qualquer momento”, lembrou Adhanon nesta sexta. A fome como arma contra civis “é um crime de guerra que nunca poderá ser tolerado”, concluiu.

Neste momento, com brasileiros a bordo, a Freedom Flotilla, ou Flotilha da Liberdade, navega rumo a Gaza para levar ajuda humanitária ao Estado Palestino. São dezenas de embarcações que partiram de portos no Mar Mediterrâneo, com previsão de chegada a Gaza no dia 13 de setembro.

Ofensiva

Israel intensificou a ofensiva militar em Gaza esta semana, com o objetivo de tomar a região central da cidade. Neste sábado, um segundo grande edifício foi derrubado, com alegação de que era usado pelo grupo palestino Hamas.

Militares israelenses ordenaram na manhã da sexta a evacuação forçada da Torre Mushtaha, um prédio de 12 andares na parte oeste da Cidade de Gaza. A torre, que foi atacada pelos israelenses mais tarde, já havia sido parcialmente destruída em bombardeios anteriores, mas continuava abrigando famílias deslocadas.

Nesta sexta-feira (5), o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, disse que a violência israelense contra palestinos em Gaza vai piorar. “Os portões do inferno estão se abrindo agora”, afirmou Katz, em referência a ataques das Forças de Ocupação Israelenses contra prédios altos na Cidade de Gaza.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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