O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou recentemente a imposição de tarifas de 25% sobre produtos importados do México e do Canadá, além de uma sobretaxa de 10% sobre as importações da China.
Com essas medidas, surgem preocupações sobre o impacto que essas tarifas podem ter sobre o Brasil, especialmente em relação aos efeitos indiretos que poderão ser sentidos pela economia brasileira.
Apesar de o Brasil não ter sido incluído nas tarifas iniciais, o governo e especialistas estão atentos ao risco de o país ser alvo de futuras taxações.
O aumento nas tarifas de importação pode gerar uma elevação nos custos de produtos manufaturados e afetar a competitividade do mercado global, refletindo negativamente na economia brasileira.
José Augusto de Castro, presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB), destacou que “o mundo e o Brasil vão enfrentar aumento de custos, já que a taxação de insumos tornará os produtos exportados pelos Estados Unidos mais caros.”
O aumento dos preços de insumos poderá, consequentemente, encarecer a produção e afetar o poder de compra de consumidores no Brasil.
Embora o Brasil ainda não tenha sido diretamente impactado pelas tarifas de Trump, especialistas apontam que o país poderá ser incluído em futuras rodadas de taxação, considerando a postura protecionista do presidente dos Estados Unidos.
Gary Hufbauer, economista do Peterson Institute for International Economics, declarou que “o Brasil não seria uma preocupação para Trump. Provavelmente não seria afetado no curto prazo.”
Mesmo assim, a possibilidade de o país ser mais afetado no longo prazo permanece como um risco que deve ser monitorado de perto pelo governo brasileiro.
Em caso de uma possível retaliação por parte dos Estados Unidos, o governo brasileiro já se preparou para reagir.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, caso as tarifas aumentem, o Brasil adotará medidas com “reciprocidade” para proteger sua economia. Essa postura do governo brasileiro visa mitigar os impactos negativos que as medidas protecionistas possam trazer ao comércio exterior do país.
Apesar de o Brasil ainda não estar diretamente afetado pelas atuais tarifas de Trump, é fundamental que o país acompanhe a evolução dessa política comercial e esteja preparado para adotar ações que protejam sua economia de possíveis impactos adversos, caso o cenário se intensifique.
O monitoramento atento e a prontidão para agir são essenciais para a preservação da competitividade do Brasil no comércio internacional.
Relação comercial com o Amazonas
Só para ter uma ideia, segundo dados extraídos da plataforma da Balança Comercial, disponível no Portal do Planejamento do Amazonas:
Em dezembro de 2024, o Amazonas registrou importações dos Estados Unidos no valor de R$ 588,4 milhões, segundo dados da plataforma da Balança Comercial, disponível no Portal do Planejamento do Amazonas.
Entre os principais produtos importados, destacam-se os óleos de petróleo, que somaram R$ 143,7 milhões, seguidos pelo estireno, com R$ 115,9 milhões, e pelos copolímeros de etileno, que totalizaram R$ 71,5 milhões.
A postura protecionista dos Estados Unidos, especialmente durante a gestão de Donald Trump, tem gerado incertezas no comércio internacional. Embora o Brasil ainda não tenha sido diretamente afetado pelas tarifas, as ameaças de novas medidas indicam que o país pode enfrentar consequências no futuro.
Essas movimentações podem resultar em um aumento nos custos das importações para o Amazonas, o que afetaria diretamente o mercado local e a economia estadual.
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