A decisão do Ministério da Agricultura alarga esta medida a todo o território de Espanha, que já estava em vigor desde segunda-feira em algumas regiões do país, consideradas de maior risco. Em Portugal, o risco de disseminação da gripe das aves é elevado.
O Governo de Espanha determinou o confinamento, a partir de esta quinta-feira, de todas as explorações de criação de aves ao ar livre do país por causa da gripe das aves.
Segundo o Ministério da Agricultura, trata-se de um reforço das medidas que visam controlar a propagação da gripe, face ao aumento do risco de expansão da doença.
A decisão – que proíbe a criação e manutenção ao ar livre das aves – estabelece que o confinamento abrange todos os tipos de criação, incluindo as que são para autoconsumo.
Segundo o Ministério da Agricultura, foram, até agora, notificados em Espanha 14 focos de gripe aviária em aves de capoeira, cinco em aves em cativeiro e 68 em aves selvagens.
O Governo espanhol realçou que nas últimas quatro semanas houve um aumento do número de focos detetados no centro e norte da Europa, territórios a partir de onde aves migratórias se dirigirão previsivelmente na direção da Península Ibérica com a chegada do inverno.
O Ministério considerou que existe um “claro risco de contágio” das aves criadas ao ar livre, justificando, assim, a medida hoje anunciada.
Entre 1 de julho e 5 de novembro, foram registados 139 surtos de gripe das aves em explorações avícolas na Europa, segundo dados do sistema europeu para doenças animais (ADIS).
Outros países, como Reino Unido e França, tomaram também medidas semelhantes às anunciadas em Espanha.
Portugal com elevado risco de contaminação
Em Portugal, o risco de disseminação da gripe das aves é elevado, avisou na terça-feira a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), que determinou o confinamento em zonas de alto risco.
“Face ao acentuado aumento do número de focos de infeção pelo vírus da gripe aviária de alta patogenicidade confirmados e à sua ampla distribuição geográfica na Europa, neste momento, o risco de disseminação da doença entre aves selvagens e aves domésticas, é elevado”, alertou a DGAV, em comunicado.
O número total de focos detetados este ano, em Portugal, está em 31.
A DGAV sublinhou que a grande maioria dos focos em aves domésticas tem origem em contactos com aves selvagens, apelando para o reforço das medidas de biossegurança.
As aves domésticas em estabelecimentos localizados nas zonas de alto risco, incluindo capoeiras domésticas e aves em cativeiro, têm de estar, obrigatoriamente, em cativeiro.
Já nas zonas de proteção e vigilância é proibida a circulação de aves, o repovoamento de aves de espécies cinegéticas, feiras, mercados e exposições, a circulação de carne fresca e de ovos para incubação e para consumo humano, bem como a circulação de subprodutos animais.
No início do mês, a gripe das aves voltou a ser confirmada nos distritos de Aveiro e Santarém.
A edição de 2025 da Avisan – Exposição Nacional de Aves, Animais de Companhia, Equipamentos e Acessórios, em Santarém, foi cancelada devido ao agravamento da situação sanitária provocada pela gripe das aves, anunciou o CNEMA.

