A construção civil é responsável por cerca de 30% das emissões globais de CO₂ e pela geração de milhões de toneladas de resíduos todos os anos. Esses números mostram a dimensão do impacto do setor, mas também revelam o enorme potencial de transformação que as construtoras carregam. Incorporar práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança) deixou de ser tendência e tornou-se uma exigência do mercado e da sociedade.

O pilar ambiental é talvez o mais evidente para o setor. O uso racional de energia, a adoção de tecnologias mais limpas e a gestão eficiente de resíduos podem reduzir custos operacionais, aumentar a eficiência dos projetos e, ao mesmo tempo, diminuir a pegada de carbono das obras. Além disso, cada vez mais investidores e consumidores valorizam empreendimentos que demonstrem responsabilidade ambiental.

Sem aspecto social, o setor tem grandes oportunidades de impacto positivo. Garantir segurança no canteiro de obras, investir na capacitação de equipes e promover a diversidade entre colaboradores e fornecedores não são apenas boas práticas: são fatores que aumentam a produtividade, reduzem acidentes e fortalecem a proteção da empresa. Projetos que geram benefícios às comunidades locais também reforçam o papel da construção civil como agente de desenvolvimento.

A governança é outro ponto central. Em um setor frequentemente desafiado por questões como burocracia, atrasos e falta de transparência, adotar práticas sólidas de governança pode ser um diferencial competitivo decisivo. Compliance, ética nos processos e prestação de contas claramente aumentam a confiança de investidores, parceiros e clientes, além de facilitar o acesso a linhas de crédito e financiamentos.

Mais do que atender a uma demanda regulatória ou de mercado, já que práticas de ESG trazem benefícios tangíveis. Estudos mostram que empresas alinhadas a esses princípios são mais resilientes a crises, proporcionam captar investimentos com maior facilidade e conquistam diferenciais no relacionamento com clientes e fornecedores. No caso da construção civil, isso pode significar desde a valorização de imóveis até a conquista de novos contratos.

A pressão por mudanças não vem apenas dos investidores, mas também da sociedade. Consumidores e órgãos públicos estão cada vez mais atentos à origem dos materiais, ao impacto ambiental das obras e às condições de trabalho oferecidas. Construtoras que se antecipam e investem em soluções sustentáveis ​​conquistam não só vantagem competitiva, mas também a confiança de um público mais exigente.

Cidades sustentáveis, inclusivas e resilientes dependem de uma construção civil engajada com os princípios de ESG. Cada decisão — desde o planejamento até a execução da obra — representa uma oportunidade de transformar desafios em soluções que atendem às necessidades atuais sem comprometer o futuro. O setor tem um papel estratégico na criação de ambientes urbanos mais inteligentes, saudáveis ​​e equilibrados.

O ESG, nesse contexto, não deve ser visto como uma obrigação externa, mas como o caminho para competir competitivamente com propósito. Construtores que adotam essa visão saem na frente: ganham eficiência, fortalecem sua imagem no mercado e traços de forma real para a construção de um futuro mais sustentável. O momento de agir é agora, e quem liderou essa transformação terá nas mãos não apenas resultados melhores, mas também um legado duradouro.

Maria Angela Polo, CEO e cofundadora do Grupo We Are.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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