Na maternidade de Odessa, cidade portuária no sul da Ucrânia, o nascimento de uma criança é acompanhado pelo som de sirenes e o medo constante de novos ataques. Na madrugada desta quarta-feira (10), a Rússia lança 458 drones e mísseis contra a Ucrânia, com pelo menos uma vítima fatal.

Na maternidade de Odessa, cidade portuária no sul da Ucrânia, o nascimento de uma criança é acompanhado pelo som de sirenes e o medo constante de novos ataques. Na madrugada desta quarta-feira (10), a Rússia lança 458 drones e mísseis contra a Ucrânia, com pelo menos uma vítima fatal.




Em imagem de arquivo mãe acaricia recém-nascido em Odessa, Ucrânia, em 11 de novembro de 2024.

Em imagem de arquivo mãe acaricia recém-nascido em Odessa, Ucrânia, em 11 de novembro de 2024.

Foto: © Nina Lyashonok / AP / RFI

Com informações de Anastasia Becchio e Julien Boileau, enviados especiais a Odessa, e agências

A pequena Amelia dormia tranquilamente em seu berço transparente poucas horas após nascer, no sábado (6), quando uma explosão atingiu um prédio residencial a apenas um quarteirão da maternidade.

“Descemos para o subsolo, foi assustador”, conta Olga, mãe da recém-nascida. “Dava para ouvir os drones Shahed e as explosões. As janelas estavam barricadas, mas tudo tremia. Ficamos lá até as cinco da manhã, depois subimos. Mas logo veio outra alerta, dessa vez de mísseis Kalibr. Tivemos que descer novamente.”

Olga e seu marido hesitaram antes de decidir ter um segundo filho. A primeira filha do casal tinha menos de três anos quando a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Pacientes buscam lugares mais seguros

A guerra, que já dura mais de três anos, transformou a rotina da maternidade em um ciclo de alertas e evacuações. A diretora da unidade, Irina Golovotiuk Iouzovpolskaya, relata que o número de nascimentos caiu 40% desde o início do conflito.

“Após noites como a de sábado para domingo, com ataques intensos, muitas mulheres decidem partir. Na manhã seguinte, durante as consultas, ouvimos: ‘tal paciente foi embora’, ‘outra também’. Elas vão dar à luz em lugares mais seguros, como na Moldávia.”

Em um dos quartos do primeiro andar, Macha e seu marido Iaroslav se preparam para deixar a maternidade com o recém-nascido Micha. “Vamos ter que pensar seriamente em adaptar o nosso porão”, diz Macha, que enfrentou anos de tentativas antes de conseguir engravidar. “É guerra, sim, mas como viver sem filhos?”, questiona, acariciando o bebê. “Essas crianças deveriam crescer em paz, não em abrigos subterrâneos.”

A maternidade já foi danificada por um bombardeio em junho, sem deixar feridos. Mas os ataques continuam. Na noite de sábado para domingo, três pessoas — incluindo um recém-nascido — morreram em Kiev, onde drones e mísseis russos provocaram incêndios em diversos bairros. O prefeito Vitali Klitchko confirmou que duas mulheres também estão entre as vítimas. O chefe da administração militar da capital, Timour Tkatchenko, acusou Moscou de “atingir deliberadamente alvos civis”.

Ataques de madrugada

A ofensiva russa contra a Ucrânia se intensificou na madrugada de quarta-feira (10), com o lançamento de 458 drones e mísseis, segundo informou a Força Aérea ucraniana. Foram utilizados 415 drones e 43 mísseis, em ataques que deixaram pelo menos um morto, de acordo com autoridades locais. A escala da operação é uma das maiores registradas nos últimos meses.

A Ucrânia também informou que pelo menos oito drones russos cruzaram a fronteira e entraram na Polônia, país vizinho e membro da OTAN, que anunciou ter abatido “objetos hostis” em seu espaço aéreo. O episódio reacende preocupações sobre o risco de escalada regional do conflito.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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