Em Concepción del Uruguay, os moradores do bairro Círculo Católico voltaram a denunciar a aparição de peixes mortos no riacho El Curro. Este fenômeno, longe de ser novo, se repete periodicamente e reflete um deterioração ambiental progressiva na região.
Diferentes organizações ambientais alertam que o problema pode estar relacionado ao descarte de efluentes industriais e resíduos sem tratamento. Embora não haja confirmação oficial, suspeita-se que frigoríficos e outras indústrias próximas estejam despejando poluentes na água.
A isso se soma um fluxo cada vez mais reduzido no riacho, o que aumenta a concentração de substâncias tóxicas e acelera a degradação do ecossistema aquático. A qualidade da água, segundo observadores locais, é visivelmente deficiente.
Apesar das denúncias repetidas, as autoridades continuam atribuindo essas mortes em massa unicamente a causas ambientais, sem abordar profundamente as possíveis fontes de contaminação humana.
Peixes mortos no riacho El Curro, Entre Ríos. Foto: El Once.
Um apelo urgente para proteger os ecossistemas fluviais
A mortalidade de peixes não é um fato isolado, mas um sintoma claro do desequilíbrio ecológico em corpos d’água que recebem descargas sem controle. O riacho El Curro, que outrora abrigava vida selvagem e atividades recreativas, transformou-se em um canal contaminado.
As organizações ambientais pedem monitoramentos sistemáticos, controle das indústrias e transparência nas análises de qualidade da água. Somente com dados abertos será possível avançar em direção a soluções concretas e sustentáveis para o ecossistema local.
Também insistem que os eventos de mortalidade não devem ser naturalizados ou minimizados. Cada episódio representa uma perda de biodiversidade e um risco potencial para a saúde da comunidade, que convive com um recurso hídrico em condições críticas.
A proteção da água como bem comum requer compromisso institucional, regulamentação firme e participação cidadã. Enquanto isso não ocorrer, a história do riacho El Curro pode se repetir em outros pontos do país.
Numerosos peixes mortos em Concordia
Fatores que provocam a morte em massa de peixes
A morte súbita de peixes geralmente está relacionada a desequilíbrios graves no ecossistema aquático. Um dos principais fatores é a contaminação por substâncias químicas, como fertilizantes, pesticidas ou resíduos industriais, que alteram a qualidade da água e podem ser letais para a fauna.
Outro fator crítico é a diminuição do oxigênio dissolvido, muitas vezes provocada pela presença excessiva de matéria orgânica que alimenta o crescimento de algas e bactérias. Esse processo, conhecido como eutrofização, consome o oxigênio disponível e sufoca os peixes.
Variações extremas de temperatura, secas prolongadas ou mudanças bruscas no fluxo também podem gerar condições adversas. Em ambientes urbanos, esses efeitos são agravados pela escassa regulamentação das atividades humanas que afetam os corpos d’água.
Compreender esses fatores é fundamental para prevenir novos episódios de mortalidade e promover uma gestão ambiental responsável em bacias urbanas e rurais.