Todavia publica a nova tradução da obra de estreia do escritor francês, precursor da queer literature e da autoficção

Divina e seus muitos amantes habitam o boêmio e extravagante bairro parisiense de Montmartre. Embriagam-se nos cafés enfumaçados, seduzem clientes em becos suspeitos, transam loucamente em tugúrios e se torturam mutuamente. Escrito numa das muitas passagens do autor pelas prisões francesas e publicado pela primeira vez em 1943, Nossa Senhora das Flores (Todavia, 256 pp, R$ 94,90 – Trad.: Julio Castañon Guimarães) nasceu das memórias pessoais e obsessões íntimas de Jean Genet. Fruto de uma necessidade incontrolável de evasão e subversão eróticas, a narrativa de Divina adquire, na prosa inigualável de Genet, uma força visionária tão potente que leva os personagens a ultrapassarem os limites da trama e visitarem, como aparições angelicais cheias de malícia, o narrador encarcerado, confundindo aquilo que é real e o que não é. O narrador alterna elementos autobiográficos com impulsos líricos, reflexões sobre a vocação artística com explosões avassaladores de vitalidade erótica — além de momentos em que se revela o absurdo da existência. O livro de Genet dialoga com a produção de autores como Édouard Louis, Paul B. Preciado e Annie Ernaux.



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By Daniel Wege

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