Diante dessas movimentações fortes do mercado internacional, dada a atual guerra comercial internacional, muito se tem perguntado sobre a “economia verde”. Será que esta pauta será afetada? Pode-se dizer que felizmente a agenda ESG (Environmental, Social and Governance) tem se destacado como um pilar fundamental para o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade corporativa no Nordeste brasileiro, como bem diz Leticia Mendonça, CEO da LM Consultoria.
Nos últimos anos, muitas empresas receberam diversos benefícios para se instalarem no Nordeste, atraídas, sobretudo pela SUDENE. Em verdade, as empresas que aqui vieram sempre buscaram, para reduzir custos, identificar oportunidades em setores como tecnologia, turismo e energia renovável. Não à toa, o Nordeste sai na frente quando o assunto é energia solar e eólica e, mais recentemente, hidrogênio verde, como defende constantemente Anna Dolores, presidente da ABDAEX.
Mas focando em Pernambuco, também temos várias outras frentes sendo trabalhadas. Não há como não falar do Complexo Industrial Portuário de Suape. Ao olharmos o Plano de Negócios 2025 de Suape, estão lá expostas claramente várias metas e ações sendo desenvolvidas no viés de sustentabilidade, como por exemplo o “Plano Suape Carbono Neutro 2038” e o arrendamento para sediar a primeira planta Metanol Renovável do Brasil.
No setor privado, destacam-se o Polo Automotivo da Stellantis, que anunciou, em abril de 2024, investimentos de R$ 13 bilhões voltados à transição energética; a Baterias Moura, que recicla integralmente suas baterias; além de numerosas empresas que utilizam fontes de energia renováveis — como biomassa, gás natural, eólica e solar — em seus processos produtivos, como bem destaca Aurora Barros, consultora de organizações em Compliance e ESG.
Ou seja, sim, economia verde veio para ficar, traz negócios, faz o Nordeste se posicionar bem nacional e internacionalmente! Manter esta estratégia faz e fará sentido! Quem sabe este será o novo ciclo econômico do Nordeste?
Gustavo Delgado é professor