Uma empresa envenenou secretamente todo o planeta com um produto químico escondido num item de uso no dia a dia: a empresa americana DuPont foi responsável pela invenção das agora conhecidas como substâncias perfluoroalquílicas e polifluoroalquílicas (PFAS), os ‘químicos eternos’, substâncias químicas duradouras que podem levar uns impressionantes mil anos a decompor-se.

Isto deve-se em parte ao facto de estes tipos de produtos químicos serem resistentes à água, óleo, gordura e calor: acredita-se que existam cerca de 12 mil PFAS em todo o planeta. Devido à sua resiliência, lembrou a plataforma ‘UNILAD’, estes produtos químicos foram utilizados no passado para fabricar artigos como produtos de limpeza, embalagens para alimentos, panelas anti-aderentes, tecidos resistentes a nódoas, eletrónica, mobiliário, entre outros.

No entanto, há um certo produto que quase toda a gente tem em casa que contém PFAS: o frigorífico. Então, onde entra a DuPont? A empresa dos EUA inventou estes produtos químicos porque tentava criar uma alternativa menos tóxica do que os refrigerantes cloreto de metilo e dióxido de enxofre.

Roy J. Plunkett foi o cientista encarregue de encontrar uma forma mais segura de arrefecer alimentos em casas nos EUA: em 1945, a DuPont registou a marca química “Teflon” e, apenas três anos depois, a empresa produzia 910 toneladas do produto químico por ano.

Em 1951, a DuPont criou o ácido perfluorooctanóico (PFOA), frequentemente designado por C8 devido ao seu composto conter oito moléculas de carbono. O C8, que é um tipo de PFA, passou a ser utilizado no fabrico de película aderente, caixas de pizza, cabos elétricos, embalagens de alimentos e muito mais.

Como podem os PFAS impactar os seres humanos?

Estes produtos químicos minúsculos são encontrados no sangue da maioria das pessoas e animais em todo o mundo, bem como em produtos alimentares. Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), a exposição aos PFAS pode levar a consequências prejudiciais para a saúde.

A agência explicou que estudos científicos revistos por pares descobriram que a exposição aos mesmos pode levar a efeitos reprodutivos, como a diminuição da fertilidade e o aumento da hipertensão arterial na gravidez. Pode ainda causar problemas de desenvolvimento nas crianças, incluindo variações ósseas, alterações comportamentais, puberdade acelerada e baixo peso à nascença, além de aumentar o risco de alguns tipos de cancro, como os do rim, próstata e testicular.

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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