O filme Em Chamas (On Fire, 2023), codirigido por Peter Facinelli e Nick Lyon, se apoia em uma narrativa de sobrevivência que reflete um dos problemas ambientais mais alarmantes da atualidade: os incêndios florestais. Disponível no catálogo do Prime Video, o longa se propõe a dramatizar o impacto humano e emocional desses desastres, mas tropeça em limitações de roteiro e previsibilidade. Leia a crítica:
Em Chamas: uma história de sobrevivência em meio ao caos
A trama acompanha Dave Laughlin (Peter Facinelli), um homem comum que vê sua vida desmoronar quando um incêndio de grandes proporções ameaça consumir tudo ao redor. Ao lado da esposa grávida, Sarah (Fiona Dourif), e do filho adolescente, Clay (Asher Angel), ele precisa lutar para escapar das chamas e proteger sua família. O filme também intercala essa jornada com a de uma operadora do 911, Kayla (Ashli Foushee), que tenta auxiliar os desesperados que ligam em busca de ajuda.
A premissa parte de um ponto relevante, especialmente num contexto em que tragédias ambientais se tornam cada vez mais frequentes. O problema, porém, está na execução. A história avança em ritmo acelerado, mas a previsibilidade de seus conflitos — o carro que quebra, o parto iminente, o idoso doente — enfraquece o impacto emocional.
Um retrato do desastre natural sem profundidade dramática
O fogo é o verdadeiro antagonista do longa, retratado como uma força incontrolável que avança sobre a vida humana com violência. A ambientação e o suspense funcionam em alguns momentos, sobretudo quando o perigo parece próximo e iminente. No entanto, o roteiro carece de nuances e se apoia em situações genéricas de tensão, muitas delas já vistas em produções semelhantes, como Aqueles Que Me Desejam a Morte (2021).
As atuações tentam sustentar o drama familiar, mas encontram pouco apoio em diálogos rasos e cenas repetitivas. Fiona Dourif oferece os momentos mais autênticos, enquanto Facinelli, também na direção, não consegue equilibrar emoção e ação. O resultado é um filme que alterna boas intenções com execução irregular.
Crítica: vale à pena assistir Em Chamas no Prime Video?
Um thriller feito para TV com ambição maior que o orçamento
Em Chamas exibe uma estética de produção modesta, com efeitos visuais limitados e um tom de telefilme. Ainda assim, há mérito em tentar conscientizar o público sobre o impacto dos incêndios e a coragem de quem enfrenta essas situações. O longa encerra com uma homenagem aos socorristas, reforçando sua mensagem de resiliência diante do desastre.
No fim, Em Chamas é um drama de sobrevivência que não inova, mas cumpre o básico ao manter o espectador envolvido na tensão da fuga. A falta de profundidade impede que alcance um verdadeiro peso emocional, mas seu tema segue atual e relevante, especialmente em tempos de crise climática. Assista no Prime Video.