No Dia Internacional da Mulher, celebrado neste sábado, 8 de março, a cidade de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, amanheceu com uma homenagem às mulheres vítimas do rompimento da barragem da Vale, ocorrido em 25 de janeiro de 2019. Foram colocadas cruzes com os nomes das 60 mulheres que morreram no desastre. A homenagem também destaca as mães que enfrentam a dor da ausência de seus filhos.
“As mulheres mortas eram avós, mães, tias, sobrinhas, esposas e filhas. Eram o amor de alguém”, afirma Maria Regina da Silva, de 60 anos. Ela perdeu sua filha, Priscila Elen Silva, de 29 anos, no desastre que tirou a vida de 272 pessoas, incluindo dois nascituros.
A ação no letreiro da cidade foi organizada por familiares das vítimas e movimentos que lutam por justiça e preservação da memória do desastre. A homenagem ocorre pouco mais de um mês após a inauguração do Memorial Brumadinho, um espaço criado para lembrar e honrar as vítimas fatais da tragédia.
O Memorial Brumadinho está localizado no exato local do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão. O espaço nasceu da mobilização dos familiares para salvaguardar segmentos corporais das vítimas e garantir a preservação da memória das 272 vidas ceifadas.
Projetado pelo escritório Gustavo Penna Arquitetos Associados, o memorial possui um bosque com 272 ipês-amarelos (um para cada vítima), um espaço meditativo, uma escultura-monumento, uma drusa de cristais e duas salas de exposição: Memória e Testemunho. Além disso, há um espaço dedicado à guarda digna e honrosa dos segmentos corpóreos das vítimas.
Tragédia de Brumadinho
O rompimento da barragem B1, da Mina Córrego do Feijão, operada pela Vale, causou um dos maiores desastres socioambientais do Brasil. Uma avalanche de lama tóxica destruiu casas, atingiu a área administrativa da mineradora e ceifou vidas de trabalhadores, moradores da comunidade e turistas. Ao todo, 272 pessoas morreram na tragédia.