Armínio Fraga critica política fiscal brasileira e altas taxas de juros
O ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, fez duras críticas à política fiscal brasileira durante um evento da Fundação FHC. Ele classificou a dinâmica da dívida pública como “complicada” e afirmou que as taxas de juros elevadas são reflexo de uma política fiscal que ele considerou “suicida”.
Segundo Fraga, a política fiscal atual cria um prêmio de risco nos investimentos, o que impacta negativamente na economia e pressiona os juros para cima. O economista ainda questionou a viabilidade de o Banco Central equilibrar a economia sem uma mudança significativa na política fiscal.
Desafios da política fiscal e a pressão nos juros
Armínio Fraga destacou que as isenções tributárias promovidas pelo governo reforçam a percepção de risco e pressionam as taxas de juros. Ele ressaltou a importância de uma guinada na política fiscal para aliviar a pressão sobre o Banco Central e o Tesouro Nacional.
Questionamentos e diálogo entre Armínio Fraga e Gabriel Galípolo
Durante o evento, Fraga questionou o atual presidente do BC, Gabriel Galípolo, sobre a possibilidade de prolongar o horizonte de convergência da meta de inflação. Galípolo respondeu usando uma analogia entre a política de juros e o uso de medicamentos, destacando que o Banco Central tem sido gradual nos ajustes da taxa Selic, sem medidas extremas.
Projeções e expectativas para a inflação
Gabriel Galípolo afirmou que as projeções do Boletim Focus não indicam que a inflação atingirá a meta até 2028. O mercado reduziu a expectativa para a inflação de 2025 para 4,8%, ainda acima da meta de 3%, com a margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Diante desse cenário, a crítica de Armínio Fraga à política fiscal e às altas taxas de juros ressalta a necessidade de uma reavaliação das medidas econômicas para garantir a estabilidade e o crescimento sustentável no Brasil.
Fonte: CNN Brasil
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