A madrugada desta quinta-feira foi marcada por um intenso ataque de drones suicidas no centro de Kiev, com explosões registadas a menos de dois quilómetros da residência oficial do presidente Volodymyr Zelensky. Um dos aparelhos, de fabrico iraniano, conseguiu penetrar no espaço aéreo do centro histórico da capital antes de ser intercetado pela defesa antiaérea ucraniana. A ação aconteceu numa zona onde raramente chegam este tipo de ataques, aumentando as preocupações com a segurança na área.
O ataque ocorreu pouco depois das 4h00 da manhã, na zona da avenida Khreshchatyk, nas imediações da Praça Maidan, um dos locais mais simbólicos de Kiev. As fortes explosões alarmaram os residentes, sobretudo porque a zona costuma estar altamente protegida devido à presença de edifícios estratégicos. A defesa antiaérea da cidade respondeu de imediato, abatendo pelo menos um drone hostil. No seu canal no Telegram, o presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, confirmou a ação das forças de defesa. “As forças da defesa antiaérea estão ativas na capital para combater UAV [veículos aéreos não tripulados] inimigos”, escreveu o autarca às 4h11, apelando à população para permanecer em abrigos.
As explosões desta madrugada foram as mais intensas sentidas no centro da capital ucraniana desde o último fim de semana, altura em que Moscovo lançou a maior vaga de ataques com drones contra a Ucrânia desde 2022. Estes ataques fazem parte da estratégia russa para pressionar as defesas ucranianas e desgastar as infraestruturas do país, atingindo tanto alvos militares como civis.
As autoridades ucranianas mantêm uma política de contenção de informação sobre os danos e a escala dos ataques. Até ao momento, foi apenas confirmado que um incêndio destruiu parte de uma instalação industrial, cuja localização não foi revelada. Segundo os serviços de emergência, mais de 80 bombeiros foram mobilizados para conter as chamas. Não há, até agora, registo de vítimas.