Deputado chama de “estarrecedora” a ação da Polícia Civil em Peixoto de Azevedo e diz que o Estado provocou um desastre ambiental digno de cena de filme de guerra.

 

Um verdadeiro “espetáculo de fogo e destruição” marcou a operação da Polícia Civil em Peixoto de Azevedo, no norte de Mato Grosso. Nove balsas usadas na extração irregular de minérios foram queimadas às margens do rio — um cenário que, segundo o deputado estadual Diego Guimarães (Republicanos), mais parecia “um show de pirotecnia”, com direito a explosões, fumaça densa e o cheiro forte de óleo e metal queimado invadindo a mata.

Durante sessão plenária nesta quarta-feira (22), o parlamentar protocolou um requerimento direcionado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e à Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), exigindo esclarecimentos sobre o episódio que ganhou repercussão e causou indignação entre extrativistas da região.

As embarcações foram incendiadas na segunda-feira (20) durante a operação “Rastro de Érebo”, deflagrada para combater o garimpo ilegal. De acordo com a investigação, as balsas funcionavam sem licença ambiental em áreas de preservação permanente nos rios Peixoto e Peixotinho, provocando erosão e assoreamento. Mas, para Diego, a ação dos agentes ultrapassou todos os limites.

“A explosão contaminou o ar, o solo e a água. O óleo foi parar no rio, e as imagens são um absurdo! É estarrecedor o que fizeram. Mostrei o vídeo ao governador Mauro Mendes, que me garantiu não ser essa a orientação do governo”, declarou o deputado, visivelmente indignado.

O parlamentar quer saber quem autorizou a destruição, se há justificativa técnica para o procedimento e quais materiais foram incinerados, além da identificação dos proprietários das balsas. “Um erro não justifica o outro. É preciso punir o crime ambiental, mas não com um show de explosões, como se fosse cena de Rambo”, ironizou.

Um dia após o incidente, o governador Mauro Mendes se reuniu com representantes dos extrativistas e determinou a abertura de uma investigação sobre os métodos adotados pela Dema. Ele reafirmou ser favorável ao combate ao garimpo ilegal, mas sem “brutalidade” e “destruição injustificada”.

Diego criticou o que classificou como uma abordagem “desastrosa e desumana”, afirmando que os fiscais deveriam ter apreendido as balsas, e não incendiado os equipamentos. Segundo ele, há relatos de garimpeiros que ficaram à deriva, após terem seus barcos afundados e pertences destruídos.

“Eles ficaram na beira do rio, abandonados, sem sequer poder ligar para pedir socorro. Os agentes pegaram os celulares e os jogaram na água”, denunciou.


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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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