Edição: quarta-feira, 03 de setembro de 2025

O atraso no pagamento de parte expressiva dos aposentados parece que foi a gota d’agua que fez transbordar a insatisfação desse grupo, que é grande e costuma ter influência política. Adepto do estilo TikTok de comunicação, o prefeito Hingo Hammes já deve ter percebido que os aposentados foram às redes sociais com punhais nos dentes. Mas, ainda há possibilidade de melhorar a imagem com os “velhinhos”, porque na maioria das manifestações estes internautas fazem a ressalva de que Hingo Hammes recebeu uma cidade em estado de pré-insolvência, com as receitas descuidadas e sob um regime de gastança irresponsável. Mas, isso não desculpa o prefeito com os aposentados. Um grande número não consegue entender a razão de o prefeito não revelar o tamanho do problema que estamos enfrentando, abrindo para a sociedade os números do governo. Os aposentados querem saber se há risco de ficarem sem receber por mais tempo que alguns dias, se terão o 13°, se podem ter certeza de que um desastre financeiro iminente altere enormemente as suas vidas. E eles não entendem a razão de Hingo Hammes não cumprir sua tarefa de dar transparência às contas públicas. Assim como toda a sociedade. Se é para proteger a imagem do ex-prefeito Rubens Bomtempo, é um erro, além de gastar energia à toa. A imagem de Bomtempo vai precisar de muito mais que um governo caladinho como o de Hingo para ter algum ganho positivo na imagem político-administrativa.

A dívida do prefeito sobre as finanças municipais, sobre as contas do governo, sobre o desempenho da receita desde que tomou posse e as perspectivas de um mínimo de equilíbrio vem se acumulando desde 1° de janeiro, quando assumiu. Nos primeiros dias de governo, anunciou freio na gastança desenfreada, mas não mostrou nenhuma medida que possa ser entendida como eficiente neste sentido. Parte da gastança continua evidente. Deu prazo de 15 dias aos secretários para que apresentassem relatórios sobre os seus setores. Aparentemente, não foi atendido por eles. Ou recebeu os documentos e escondeu no fundo de alguma gaveta, porque nada foi revelado ao cidadão-eleitor-contribuinte-consumidor. Passados alguns meses, criou uma comissão de assessores com a ausência da Saúde e da Educação, por exemplo para um novo levantamento. E nada do que tenham tardiamente levantado foi trazido ao conhecimento público. Ou o grupo não fez o trabalho. Se fez, pode ter acontecido uma destas duas coisas: o trabalho não revelou qualquer responsabilidade de Rubens Bomtempo e aí a transparência jogaria por terra a estratégia da “herança maldita”. Ou revelou que o governo de Bomtempo foi tão ruim e irresponsável como todos sabem que foi e Hingo não quer “mexer” com ele. De qualquer forma, a sociedade se sente lesada.

Dar informações claras e precisas sobre a situação não é uma alternativa para o governo Hingo Hammes: é um dever. Como é seu dever, também, explicar o resultado das “medidas” que adotou desde que tomou posse.

Também com atraso, o governo municipal conseguiu instalar ontem o programa Refis Municipal, novo nome daquela velha prática de buscar o contribuinte devedor e dar-lhe vantagens para ver se põem algum trocado nos cofres municipais para irritação de quem pagou seus impostos em dia, integralmente. Mas, mesmo irritados, os bons pagadores torcem para que a estratégia dê certo e propicie condições de a vida da cidade voltar minimamente ao normal. É difícil viver com estes sobressaltos quase diários originados no governo: deve vale educação aos donos das empresas de ônibus; atrasa salários de aposentados, RPAs, estagiários etc.; deixa pendente a questão do lixo, mantendo uma empresa que já não deu certo e ainda atrasa o pagamento pelo serviço de coleta.  O jeito, então, é torcer para que dê certo. O Refis tem um ponto de negociação dos débitos fiscais no Palácio Koeler, sede do governo, e terá outro no Centro de Cultura.

A policlínica de Petrópolis, que já dispunha de recursos federais, por meio do PAC, agora tem endereço. A nova e importante unidade será construída na Rua Rotary Internacional, em Itaipava, numa área de 18,6 mil metros quadrados, que o prefeito Hingo Hammes já está desapropriando. É uma unidade de atenção especializada em saúde e sua localização parece boa para ter certeza é preciso saber se não será construída em terreno sujeito a inundações. Aliás, a ideia inicial, de que o governo desistiu, era instalar a policlínica na Rua Coronel Veiga, no epicentro das inundações na área da antiga garagem da Petro Ita. O novo endereço tem muitas vantagens, porque atende à população dos distritos, eliminando a cada vez mais complicada viagem ao Centro. É um excelente trabalho do secretário Luiz Cruzick e um bom momento do governo Hingo Hammes.

O Supremo Tribunal Federal julga no próximo dia 10 um processo que pode trazer repercussões para a política municipal de Petrópolis, nas eleições de 2028. O tribunal julga se o prefeito reeleito de Itaguaí, Dr. Rubão, tinha direito a disputar o cargo mais uma vez e, eleito, se pode assumir. O caso de Rubão é parecido com o de Hingo Hammes. Ele era presidente da Câmara Municipal e assumiu o mandato de prefeito por alguns meses, tendo em vista o impedimento do titular e seu vice. Depois, o titular assumiu e Rubão voltou para a Câmara, enredo igual ao cumprido por Hingo Hammes. Depois disso, Rubão se elegeu prefeito (ou foi reeleito, dependendo do que o tribunal decidir) e, em 2024, buscou novo mandato. Teve a candidatura cassada, concorreu com base em liminar, perdeu em todas as outras instâncias e seu caso chega agora ao STF. Se o STF decidir que ele não poderá assumir, criará jurisprudência que dificultará a vida de Hingo Hammes, daqui a três anos. Se der posse a Rubão, abre caminho para o nosso prefeito buscar a reeleição.

E aqui, o nosso Dr. Rubão deve estar se divertindo com os problemas enfrentados por seu sucessor. A maioria desses problemas foi instalada na administração Rubens Bomtempo. Mas, vale o escrito. Quem está respondendo por eles é Hingo Hammes, que não soube ou não quis, até agora, mostrar ao distinto público como encontrou o governo municipal quando assumiu.

Recentemente criada, a Escola de Gestão Pública do governo estadual está lançando curso sobre pesquisa de preços. Bem que o governo Hingo Hammes poderia matricular a turma de Petrópolis.

Um empresário que tentou inutilmente falar com o deputado Yuri Moura (PSOL) não sabe o que pensar: ou o deputado só fala com quem é do seu grupo político, ou não tem interesse em conversar com as classes produtoras. Seja qual for a resposta pode deixar o deputado mais distante desse grupo. Numa eleição majoritária pode fazer uma enorme diferença.

Petropolitana, que foi aluna da Escola Viva de Petrópolis e, também, do Colégio Santa Isabel, a atriz e produtora cultural Gabriela Ribas, coordenadora da Companhia Arteira, uma importante instituição cultural com sede em Nova Friburgo, traz para Petrópolis no próximo domingo, dia 7, às 17h, no Centro de Cultura Raul de Leoni, o espetáculo teatral “Bendito sangue”, que já percorreu com sucesso vários municípios do estado. Os ingressos para o espetáculo serão distribuídos, gratuitamente, uma hora antes da apresentação. No sábado, dia 6, das 18h às 20h, a Arteira promoverá a oficina “Descobrindo o teatro”, para crianças e jovens, também com entrada franca.

Edição: quarta-feira, 03 de setembro de 2025

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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