Delegado-geral da Polícia Civil, André Rabelo é entrevistado por Clilson Júnior no ’20 mintuos’. (foto: ClickPB)
O delegado-geral da Polícia Civil da Paraíba, André Rabelo, falou ao ClickPB sobre algumas das ações desenvolvidas pela PC para acabar com a explosão de bancos no estado. Rabelo foi o entrevistado do novo episódio do videocast ‘20 minutos com Clilson Júnior‘, na GclickTV.
Perguntado pelo jornalista sobre as ‘gangues da dinamite’, já que não se observa explosões em agências bancárias com frequência, como ocorria na década passada, o delegado afirmou que tal redução é um dos “grandes orgulhos” que tem e foi fruto de um trabalho árduo do sistema de segurança pública da Paraíba.
“Clilson, esse é naturalmente um dos grandes orgulhos que pessoalmente eu tenho, e naturalmente o sistema de segurança pública da Paraíba tem. Porque nós sofremos muito até o pico de 2016, se não me falhe a memória, nós sofremos com mais de 120 ataques, a agências bancárias, carros fortes, postos eletrônicos”, explicou o delegado.

Segundo ele, especialmente a partir de janeiro de 2019, ao ser baixada uma portaria pelo secretário de defesa social, Jean Nunes, por determinação do governador João Azevêdo (PSB), foi possível avançar no combate aos crimes violentos letais (CVLIs) e também criar uma força-tarefa para combater as quadrilhas que explodiam bancos.
“(Essa portaria para) gente avançar no combate aos CVLIs, aos homicídios, mas a gente trabalhar com muito afinco com a força-tarefa no combate especialmente à essas quadrilhas”, explicou o delegado-geral.
André Rabelo citou que o prejuízo nas cidades com tais ações “era muito grande”, já que além do medo havia uma ‘quebra’ na economia local, por exemplo.
“O prejuízo é muito grande, porque além do medo, do terror que é levado a sociedade naquele momento, a economia passa dois, três, quatro meses, tudo parado”, citou.
Na entrevista o delegado-geral cita municípios como Princesa Isabel, Paulista, Sousa e São Bento e também a capital, João Pessoa, como alguns dos locais onde ocorreram tais crimes (confira íntegra da entrevista no fim da matéria).
Trabalho integrado entre as delegacias
Ao longo da entrevista, Rabelo explica que a criação da força-tarefa por meio das delegacias na região do Sertão, Agreste e da capital foi importante para a diminuição dos índices. Segundo o delegado-geral, tal força-tarefa foi importante também para a criação da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), conforme o delegado.
Ele cita um roubo a carro-forte em Lagoa, no ano de 2019, como um dos casos de destaque onde foi possível observar a grandiosidade desta união.
Além da integração das delegacias na Paraíba, André-Rabelo destacou a troca de informações com polícias de outros estados, tratado por André como “fundamental”, já que segundo ele as quadrilhas de ataque a bancos não eram apenas da Paraíba.
“Tinha elementos integrantes da Paraíba mas tinha do Rio Grande do Norte, tinha de Pernambuco, tinha da Bahia, tinha do Maranhão”, explicou no 20 minutos com Clilson Júnior, que também destacou a “mão firme” da Polícia no combate a criminalidade.
Na entrevista, André também enaltece também as parcerias com o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba (MPPB).
‘Novo cangaço’
O tema das explosões a agências bancárias em municípios do Sertão e Alto Sertão da Paraíba e outros municípios do Nordeste é tratado como um ‘novo cangaço’ e chegou a ser retratado em diversas produções jornalísticas e até mesmo por meio de séries, como a série ‘Cangaço Novo’, do Amazon Prime Video, lançada em agosto de 2023.
Na série, dirigida por Fábio Mendonça e Aly Muritiba, são explorados a forma como tais gangues passaram a atuar no Nordeste. A série chega a retratar, em um de seus episódios, um ataque a banco em Campina Grande, Agreste do estado.