O governador Eduardo Leite (PSD) voltou a defender, nesta quinta-feira, a proposta do bloco 2 de concessões. “O Estado, sozinho, não tem capacidade de fazer tudo. Só o trevo da Caravela e Santa Marta custa R$ 150 milhões, valor que era, até pouco tempo, todo o orçamento anual do Daer. Com a concessão, teremos mais de R$ 5 bilhões em obras nos primeiros dez anos”, disse Leite, durante participação no Fórum de Competitividade, em Passo Fundo.

No dia 9, o Executivo apresentou uma nova proposta do bloco 2, reformulada, a partir de sugestões e reivindicações, especialmente de integrantes da base. O objetivo das adequações era minimizar críticas e resistências. Não houve sucesso.

Apesar da manutenção de investidas, inclusive por parte de aliados, e de uma série de movimentos, como o da Federasul, nesta sexta-feira, que realizará um fórum técnico com as presenças de deputados federais e estaduais, pelo menos por ora, não há margem para recuo do Executivo.

O tema dos pedágios, naturalmente polêmico, e que no Rio Grande do Sul é ainda mais delicado, em função da experiência das concessões firmadas em 1998, durante o governo Britto, ganhou novas proporções. O cenário atual se deve à contaminação, total e antecipada, pelo viés eleitoral.

Em parte, pelos movimentos do próprio governador, que ao se filiar ao PSD, para tentar viabilizar seus planos políticos, que há algum tempo são públicos e notórios, colocou as eleições gerais de 2026 definitivamente em pauta.

Além de Leite, partidos como o PL também realizaram movimentos que intensificaram o ambiente eleitoral. Caso do PL, que teve a pré-candidatura do líder da oposição na Câmara, Luciano Zucco, ao Piratini, confirmada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

A audiência pública na Assembleia para debater o bloco 2 de concessões, com a presença de secretários estaduais, foi transferida do dia 3 para o dia 10 de julho.


Apoio providencial

Também no Fórum de Competitividade, em Passo Fundo, o presidente da Cotrijal, Nei Manica, saiu em defesa do bloco 2 de concessões. “Tem muita gente de plantão que não pensa no futuro do Rio Grande, que fica fazendo narrativa e pensando só no momento. Nosso vizinho, o Paraná tem 40% de rodovias concedidas para viabilizar duplicação, enquanto o Rio Grande do Sul tem 4%. E tem gente que levanta bandeira contra o bloco 2. Temos que enfrentar esse atraso”, disse Manica, ao elogiar a coragem de Leite para encaminhar medidas necessárias de retorno econômico para o Estado.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *