Tesla Cybertruck: O Grande Fracasso de Elon Musk
O veículo foi lançado no final de novembro de 2023
As promessas de inovação e mudança de paradigma podem ter sido grandes, mas a realidade é bem diferente para a Tesla Cybertruck, o ousado projeto de Elon Musk. Com mais de um ano no mercado, a caminhonete, que pesa cerca de 3 mil kg e tem um preço inicial de US$ 82 mil (aproximadamente R$ 460.020), não atingiu as expectativas de vendas, tornando-se, rapidamente, um exemplo claro de fracasso na indústria automotiva.
Desde seu lançamento, a Cybertruck, caracterizada por seu design controverso e um histórico de problemas de qualidade, incluindo oito recalls em apenas 13 meses, transformou-se em alvo de críticas e piadas entre os entusiastas da automobilística. Os problemas culminaram em recall de painéis da carroceria que se soltaram, dando início a uma péssima reputação que continua a assombrar o modelo. “Está no mesmo nível do Edsel”, afirma Eric Noble, especialista em design automotivo, referindo-se ao icônico fracasso da Ford nos anos 50.
As vendas da Cybertruck estão bem abaixo do esperado. Musk previu que o modelo poderia alcançar 250 mil vendas anuais, mas a realidade foi bem diferente. Em 2024, a Tesla vendeu menos de 40 mil unidades, com as vendas caindo ainda mais em janeiro e fevereiro de 2025. Este desempenho fraco é alarmante quando comparado ao Edsel, que mesmo com suas falhas, conseguiu vender 63 mil unidades em seu primeiro ano.
A situação se agrava ainda mais quando se considera o declínio geral das vendas da Tesla, que registrou uma queda de 13% nas entregas no primeiro trimestre de 2025, atingindo apenas 337 mil unidades, bem abaixo das 408 mil esperadas. De acordo com analistas, a necessidade de realizar ajustes devido a recalls impactou diretamente as vendas da Cybertruck.
As promessas de alta demanda por parte de Musk não se concretizaram. Durante uma chamada de resultados, o bilionário revelou que mais de 1 milhão de pessoas teriam reservado o carro, mas essa expectativa não se traduziu em vendas reais. A modificação da Gigafactory em Austin para aumentar a produção da Cybertruck parece agora um investimento perdido.
Uma série de fatores contribuiu para o fracasso da Cybertruck, incluindo seu design peculiar e a decisão de usar aço inoxidável, que traz dificuldades na fabricação e propensão a marcas visíveis. Enquanto Musk mantém sua visão de um futuro automotivo sem pinturas, a realidade é que a falta de conformidade com normas de segurança e a insatisfação dos consumidores limitam seu potencial no mercado.
Além disso, o carro não se destaca nas funções pelas quais as picapes são naturalmente procuradas — como capacidade de carga e desempenho off-road. Apesar de o mercado de picapes ser altamente competitivo, com players como Ford e GM dominando, Musk parece ter ignorado as necessidades e gostos dos consumidores no segmento.
Desde sua apresentação controversa em 2019, onde um vidro “inquebrável” quebrou em pleno evento, até a atual luta para validar seu preço e propostas de venda, a Cybertruck se tornou um símbolo do que pode dar errado quando se tenta desafiar normas sem entender o mercado.
Assim, a história da Tesla Cybertruck se desenrola como uma profunda lição sobre as expectativas exageradas e os desafios enfrentados ao introduzir um novo produto em um mercado já saturado e exigente. O futuro da caminhonete, assim, reflete os altos e baixos da inovação no setor automotivo, onde a visão e a realidade muitas vezes podem estar em desacordo.