Durante o BTM – Mercado de Viagens do Brasilrealizado em Fortaleza, um Alagev (Associação Latino-Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas) promoveu um painel de discussão sobre os critérios de homologação e a evolução das relações entre compradores e fornecedores do segmento Mice (Reuniões, Incentivos, Conferências e Exposições). Conduzido por Luana Nogueira, diretora-executiva da entidade, o debate levantou questionamentos sobre os principais fatores que influenciam a escolha de discutir os serviços e como as empresas devem se adaptar às novas exigências do mercado.
De acordo com dados da Pesquisa Anual de Eventos Corporativos (PAEC), realizada pela própria Alagevo fator ESG (Ambiental, Social e Governança) vem ganhando destaque e já é considerado tão importante quanto ao preço na decisão de contratação. O levantamento mostra que 63% dos compradores afirmam que sustentabilidade, transparência e governança têm o mesmo peso nas negociações. Critérios como gestão de resíduos, eficiência energética, inclusão de mão de obra local e governança auditável passaram a ser decisivos. “Inclusão social com equidade de gênero e políticas para pessoas com deficiência ou LGBT não são mais uma opção, são obrigações para quem quer permanência relevante no mercado”, pontuou Luana.
Além disso, o estudo revelou que fatores como segurança, inovação e compliance superam o preço isolado como determinantes nas escolhas. “O comprador Mice busca parceiros, não apenas falamos de serviço, e valoriza entregas integradas que reúnem logística, propósito e experiência”, explicou Luana.
A executiva ressaltou ainda que o setor vem passando por um processo de profissionalização contínuo, impulsionado por critério de compliance e resultados mensuráveis. Segundo uma pesquisa, 78% das empresas já adotam políticas formais de compras com critérios claros de homologação. Entre os principais fatores analisados estão a confiança e o histórico de conformidade, relatados por 87% dos compradores como decisivos no momento da contratação.
O processo de homologação também envolve análise técnica e jurídica de contratos, certificações e conformidade com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). A capacidade de execução e a inovação tecnológica parecem diferenciais competitivos, especialmente para fornecedores que investem em soluções digitais integradas e relatórios de ROI (retorno sobre o investimento).
O alinhamento cultural e de propósito entre empresa e fornecedor é outro ponto valorizado. “Quando há compatibilidade entre valores e mentalidade, a relação deixa de ser transacional e se torna colaborativa, baseada em confiança e objetivos comuns”, disse Luana.
O painel encerrou com a perspectiva de que o futuro das relações entre compradores e fornecedores será marcado por parcerias de longo prazo e contratos baseados em desempenho e entrega de valor. “O fornecedor ideal será aquele capaz de entregar excelência, intencionalmente e dados em um modelo integrado. Em um mercado cada vez mais competitivo, correção e transparência são os novos diferenciais”, concluiu a diretora da Alagev.
