Nunca se queimou tantos dólares em tão pouco tempo, denuncia Cristina (Diarios Bonaerenses)
A ex-presidente argentina, Cristina Kirchner, questionou na quarta-feira (24) o governo do ultraliberal Javier Milei, fazendo um alerta contra o endividamento do país com outro empréstimo, não para estimular a economia e o emprego, mas para salvá-lo na véspera da eleição de outubro, enquanto as denúncias de corrupção não param, a economia está em crise e as reservas da Argentina, veem, sendo torradas, repetindo o desastre de Mauricio Macri.
“Seu encontro com Trump ontem não fez nada além de confirmar o que sempre dissemos… que o preço mais importante e o principal problema da economia argentina são os dólares… e que, além disso, com o endividamento criminoso que Macri cometeu em 2016… tornou-se incontrolável.” disse Kirchner em uma postagem no Twitter.
“Eu te digo honestamente… A “ajuda” das “forças do norte” (parece-me que “Las del Cielo” estão meio zangadas com você) é pão para hoje e fome para amanhã… Os dólares que entram pela porta da frente… Eles passam pela porta dos fundos. Que parte você não entende?”, disse a ex-presidente argentina.
“Mas o pior de tudo… ‘economista especialista em crescimento com e sem dinheiro‘… é que não só você não assume a responsabilidade pelo fracasso do macro… mas você não quer tomar nota de que o maior desastre ocorreu no dia a dia de milhões e milhões de argentinos”.
“Hoje, 9 em cada 10 famílias argentinas estão endividadas… Você entende? 9 em cada 10! E não é dívida para trocar de carro ou fazer uma viagem para a Disney… É uma dívida para comer ou comprar remédios, pagar eletricidade, gás, aluguel…”, disse.
Kirchner ressaltou que “mais da metade das famílias gastam entre 40 e 60 por cento do que ganham apenas para pagar dívidas” e que “o dinheiro está indo em parcelas, em cartões, em empréstimos … e a maioria não chega no final do mês”.
“É a imagem de um país que vive de cabeça para baixo, onde o povo se endivida para comer enquanto um punhado enriquece com a fuga de dólares para o exterior”.
Criticando o modelo “libertário” de Milei: “essa é a verdadeira face do seu modelo de ajuste, Milei… Você realmente tem que acreditar que essa é a verdadeira liberdade?”…
“A propósito… Onde você deixou a motosserra que você levantou como bandeira em suas viagens para ser presidente? No final… Você não resolveu nada e piorou tudo!”, disse.
Ela também relembrou o macrismo e seu endividamento para fins de reeleição do Macri: “A tentativa fracassada de reeleição de Mauricio Macri (também patrocinada por Trump), custou a nós, argentinos, um enorme endividamento com empresas privadas e o retorno do FMI ao país com um empréstimo de 45 bilhões de dólares”.
“Agora… as eleições de 26 de outubro já nos custaram 20 bilhões de dólares a mais do FMI… somado aos quase 30 bilhões de dólares de lavagem… mais os bilhões do BID, do Banco Mundial, do CAF… o REPO… o ouro em Londres… Você nunca viu tantos dólares queimados em tão pouco tempo”.
“O PREÇO QUE OS ARGENTINOS PAGAM POR TER GOVERNOS DE DIREITA É SALGADO!”
Esses “20 bilhões de dólares” a que Cristina Kirchner se refere são o novo empréstimo que Milei anunciou pelo Twitter, agora diretamente do Tesouro dos EUA, após encontro com Trump, e indisfarçavelmente obtidos na véspera da eleição de outubro.