Redação, Porto Velho, 27 de setembro de 2025 – No dia 22 de setembro de 2025, o Ministério Público Federal (MPF) realizou uma vistoria na Aldeia Aperoí, pertencente ao povo indígena Puruborá, localizada em Seringueiras, a cerca de 534 km de Porto Velho (RO), para apurar denúncias de intimidação, contaminação ambiental e possível incêndio criminoso.
A operação foi conduzida pelo procurador da República Gabriel Ferreira, com apoio da Polícia Federal e da própria equipe do MPF. Durante a diligência, constatou-se que uma casa abandonada — situada entre duas plantações de soja — teria sido alvo de um incêndio intencional, além de apresentar sinais de contaminação por agrotóxicos.
Além disso, áreas usadas pela comunidade para cultivo (“roçado”) também foram vistoriadas, revelando impactos ambientais que afetam diretamente a saúde, a subsistência e o modo de vida dos Puruborá.
O MPF relata que a comunidade indígena vive situação de vulnerabilidade histórica marcada por processos de assimilação cultural, violência e disputa territorial. O uso indiscriminado de agrotóxicos e a proximidade de grandes plantações de soja agravam esse contexto, ameaçando o reconhecimento de terras, a recuperação cultural e a segurança alimentar dos indígenas.
O caso está sendo investigado no âmbito do Inquérito Civil nº 1.31.001.000032/2024-59, que busca identificar os responsáveis pelas agressões, pelos danos causados pelo uso abusivo de agrotóxicos, pelo incêndio suspeito, bem como adotar medidas que protejam a comunidade indígena de novos episódios.
Autoridades do MPF afirmam que a investigação segue em curso e que ações de proteção serão requisitadas para assegurar os direitos dos Puruborá, inclusive em relação ao reconhecimento formal de seu território, uma demanda antiga da comunidade.
Fonte: noticiastudoaqui.com